O Rio Ave, da II Liga portuguesa de futebol, mostrou hoje “solidariedade” com o jogador do Benfica B Sandro Cruz, que denunciou ter sido alvo de insultos racistas no estádio dos vila-condenses, na partida entre as duas equipas.

O emblema nortenho, através de um comunicado, vincou que “não se revê em qualquer atitude de teor racista ou desrespeitosa para com qualquer pessoa”, garantindo que no Rio Ave se “repudia qualquer ato de racismo, xenofobia ou outro que vise ofender ou ostracizar alguém”.

“Os temas raça, religião, opção ideológica, política ou orientação não são sequer assunto. Sempre tivemos e temos atletas de várias nações, crenças e etnias que foram e são ídolos dos nossos adeptos e acarinhados por todos”, pode ler-se num texto publicado pelo clube nortenho.

Os responsáveis do Rio Ave dizem que “não se aperceberem, no decorrer do encontro [da 30.ª jornada], de qualquer ato de racismo para com o atleta Sandro Cruz”, mas prontificaram-se a ajudar a identificar os causadores do incidente.

“Demonstramos toda a nossa solidariedade para com o atleta do Benfica [Sandro Cruz], prontificando-nos a colaborar com as autoridades na identificação dos presumíveis perpetradores de atos indignos, de forma a serem culpabilizados por tal”, garante o clube de Vila do Conde.

O Rio Ave termina a nota pedindo que “não se confunda a árvore com a floresta”, lembrando que “um ato isolado não deve ser atribuído à instituição Rio Ave nem à generalidade dos seus adeptos, que partilham dos mesmos princípios e valores”.

O futebolista português Sandro Cruz, do Benfica B, denunciou hoje um “episódio nojento”, por ter sido alvo de insultos racistas quando foi substituído na derrota em casa do Rio Ave (2-1), na II Liga.

“Hoje, infelizmente, passou-se mais um episódio nojento na nossa sociedade e no nosso desporto, por isso é que continua como está. Mas, continuamos a ser hipócritas o suficiente para dizer que não somos um país racista”, escreveu o jogador de 20 anos nas redes sociais.

Cruz saiu em cima da hora de jogo na visita aos vila-condenses, que ascenderam à liderança do segundo escalão, e há gritos audíveis na transmissão televisiva do encontro.

“Pior é saber que uma massa associativa apoia um clube que está cheio de profissionais ‘pretos’, mas ousam chamar-me ‘preto’”, denunciou.