O recém-despromovido Moreirense está avisado para as “nuances muito próprias” da II Liga, constataram hoje o treinador Paulo Alves e os futebolistas Kewin Silva e Luís Rocha, à margem do primeiro treino da época.

“Será extremamente importante saber aquilo que vamos encontrar. A II Liga não é melhor nem pior do que o escalão principal, mas é diferente e tem nuances muito próprias e as suas características, sendo a competitividade a mais importante. É preciso gente que traga esse ‘know-how’ e conhecimento e que se possa de alguma maneira expressar em termos de qualidade”, notou aos jornalistas Paulo Alves, na academia do clube minhoto.

O Moreirense evoluiu pela primeira vez no relvado, na sequência de dois dias reservados a exames médicos e testes físicos, que já contaram com os defesas Alhassane Sylla (ex-Rio Ave) e Luís Rocha (ex-Desportivo de Chaves) e o médio Pedro Aparício (ex-Mafra).

“São reforços com conhecimento da II Liga e espero que mais alguns cheguem tão cedo quanto possível. Saídas? Até 31 de agosto muita coisa pode acontecer. O mercado está aberto e temos atletas com características importantes para outros campeonatos. Esse interesse é natural, mas vamos encará-lo com naturalidade. Enquanto eles cá estiverem, somos Moreirense e vamos ter de ser exigentes e de deixar tudo em campo”, ressalvou.

Paulo Alves vai orientar o projeto de subida de divisão do Moreirense, em substituição de Ricardo Sá Pinto - que reeditou as despromoções de 2004/05 e 2012/13 -, após diversas passagens pelo escalão secundário e um título de campeão com o Gil Vicente (2010/11).

“É um desafio muito estimulante num clube muito importante no panorama do futebol em Portugal e com um passado recente de alguns anos seguidos na I Liga. Este ano há uma situação diferente e é preciso muito caráter e atitude para se ter sucesso na II Liga. Devo dizer que não me pediram a subida de divisão, mas não viria se não fosse para discutir cada encontro como uma final. Pretendemos formar um grupo coeso e com gente que se possa unir em torno de um objetivo comum, que é o Moreirense lograr sucesso”, apelou.

Descartando comentar a passagem de seis treinadores pelo comando dos vimaranenses nas últimas duas temporadas, o antigo avançado internacional português, de 52 anos, admite que essa instabilidade “não é positiva, como acabou por se verificar” em 2021/22.

“Espero e vou tentar que essa estabilidade exista, porque é um dos passos fundamentais para o sucesso. Agora, os treinadores estão sempre dependentes da bola que entra, sai ou bate na barra. Temos de ter essa pontinha de sorte, ainda que não acredite muito que a sorte decida algo. Tenho de trabalhar, ser muito sério e responsável como sempre fui e creio que vamos fazer uma época de sucesso e que no final iremos falar disso”, apontou.

À exceção do defesa brasileiro Matheus Silva, 19 atletas participaram no primeiro apronto do Moreirense em 2022/23, incluindo Luís Rocha, que acumula três subidas à elite ao serviço de Desportivo de Chaves (2021/22), Farense (2019/20) e Famalicão (2018/19).

“Subir mais uma vez é o meu desejo. Esta II Liga é muito competitiva. Primeiro, temos de criar um grupo muito forte, coeso e com uma grande ligação entre todos. Depois, há que olhar jogo a jogo. Não adianta estar já a assumir que somos candidatos a seja o que for, mas temos de ser candidatos a ganhar jogo a jogo. Só poderemos atingir o sucesso se dermos um passo de cada vez”, advertiu o central, de 35 anos, que até contribuiu para a descida dos ‘cónegos’ no ‘play-off’ (derrota por 0-2 em Chaves e vitória 1-0 em casa).

Já o guarda-redes brasileiro Kewin Silva, de 27 anos, encara a terceira época em Moreira de Cónegos, assumindo que quem transitou de 2021/22 sente “esse peso” pelo regresso do clube ao escalão secundário oito anos depois, estando desejoso de o devolver à elite.

“Por tudo o que o clube tem vindo a construir, não merecia estar a passar por isto. Vai ser um campeonato muito difícil, mas queremos subir o mais rapidamente possível. O que se passou na última temporada tem de servir de lição. Apesar de ter sido uma experiência negativa, foi importante sentir o apoio da bancada. É um momento novo no clube e os adeptos têm de perceber que é preciso união. Isso vai fazer toda a diferença”, aventou.

O Moreirense, que falhou a 13.ª presença, e nona seguida, na elite, vai estagiar em Ofir, de 11 a 16 de julho, sendo ainda desconhecido o calendário das partidas de preparação.​​​​​​​

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