Anatoliy Trubin concedeu uma entrevista à revista 'Ukrainian Football', onde olhou para os primeiros tempos passados em Portugal e no Benfica. O guardião ucraniano recordou a sua chegada à Luz, e confessou-se impressionado com o ambiente vivido em casa dos encarnados.

"Fiquei muito impressionado. Quando o estádio [da Luz] está cheio há a sensação de um verdadeiro jogo em casa, de futebol genuíno. Isso faz muita falta na Ucrânia, todos nós – jogadores, treinadores, adeptos – perdemos o hábito e sentimos falta disso. Em Portugal, nem se se ouve o jogador que está ao seu lado", começou por afirmar.

Trubin disse ainda que recebeu concelhos do compatriota Yaremchuk antes de assinar pelas águias; o avançado que passou pela Luz chamou à atenção para o grau de exigência do clube e dos seus adeptos.

"Quando cheguei ao Benfica, avisou-me: 'O Benfica é um clube de topo, tudo é ao mais alto nível, é preciso estar constantemente preparado para a pressão dos adeptos, porque eles só querem ganhar'. Lembro-me das palavras do Roma. Gosto muito de ter mudado para um clube tão ambicioso, onde os adeptos exigem sempre o máximo", realçou

No que toca à Primeira Liga, o guarda-redes ucraniano mostrou-se surpreendido pelo nível de competitividade do campeonato nacional.

"O campeonato português é surpreendentemente competitivo, não perdoam perdas de pontos ou séries negativas",

Apesar dos encarnados estarem a apenas um ponto do líder Sporting e com mais quatro que o FC Porto, o internacional ucraniano não coloca os azuis e brancos fora da corrida pelo título.

"Não reduziria tudo ao confronto entre os dois clubes que vão na frente. Não podemos esquecer o FC Porto, não devemos ignorar outras equipas. A cada jornada os adversários criam dificuldades, cada um pode vencer a outra equipa, independentemente da posição na tabela", sublinhou Trubin.

Desde que chegou a Portugal, o guarda-redes do Benfica já teve contacto com muitos compatriotas que fugiram à guerra; Trubin deixou uma palavra de agradecimento aos portugueses pela ajuda prestada ao povo ucraniano.

"Estou muito grato a Portugal e ao seu povo pelo que estão a fazer pelos ucranianos comuns durante a guerra. Cada vida, história humana, não tem preço. Os portugueses, em geral, são pessoas muito simpáticas. No Benfica, começaram imediatamente a perguntar-me como iam as coisas na Ucrânia, se estava tudo bem com os meus familiares", disse.