Em entrevista ao jornal espanhol 'Marca', António Salvador fez um balanço dos seus 18 anos à frente do clube bracarense.

O dirigente salienta que ainda existem muitos desigualdades em relação aos 'três grandes' e fala na injustiça no que diz respeito às receitas dos direitos televisivos.

Mandato de 18 anos e injustiças

"Pensei que ia ficar só dois ou três anos. Para competir de igual para igual tivemos de fazer mais e melhor que qualquer um deles no que refere a descobrir talentos. Conseguimos fazer mais com menos. Vivo com um sentimento permanente de injustiça quando olho para a questão dos direitos televisivos e as diferenças que existem na distribuição destes fundos. Temos de avançar urgentemente para a descentralização, não só por interesse do SC Braga, mas para todo o futebol português. Se queremos ser mais competitivos a nível europeu temos de mitigar estas diferenças", atira.

O líder bracarense acusa os 'três grandes' não estão interessados na descentralização dos direitos televisivos. "Espero que seja rápido, mas sei que haverá muitas resistências. Os que recebem mais – e são apenas três clubes – vão tentar atrasar o processo. Mas é uma promessa do presidente da Liga com o apoio da Federação, por isso espero que seja rápido. Esses clubes têm de perceber que todos devem ter as condições e meios para construir boas equipas. Sem isso o campeonato perde competitividade e, como consequência, interesse. Quanto mais demorar mais longe estaremos do resto da Europa."

E as críticas não ficam por aqui: "Tradicionalmente são esses clubes que ganham sempre, por isso beneficiam, por parte dos árbitros – ainda que inconscientemente – de uma proteção que os outros não recebem. Também temos de enfrentar isto. Se não fosse esta proteção, teríamos sido campeões em 2010 [ficou em segundo atrás do Benfica]."