O presidente do Sporting considerou, em entrevista à Agência Lusa, que o treinador Sá Pinto «trouxe outro ânimo à equipa» e «pôs toda a gente a remar para o mesmo lado e a falar a mesma língua».

«O Ricardo [Sá Pinto] era conhecido, enquanto jogador, pela forma mobilizadora de estar em campo, e, posteriormente, como treinador dos juniores, conseguiu 15 vitórias e três empates em 18 jogos, não tendo nunca perdido um jogo», disse Godinho Lopes, como que a fundamentar as razões que o levaram a promover o treinador à equipa principal, no lugar de Domingos Paciência.

O presidente “leonino” invocou, ainda, o comportamento da equipa de juniores no torneio “new generation”, frente a grandes clubes europeus, «com excelentes resultados», acabando «por perder um único jogo, frente ao Inter de Milão, que acabou por vencer a competição».

Além disso, alegou a condição de «homem da casa», que «conhece os seus cantos e os jogadores», e que conseguiu promover uma «mistura perfeita entre os jogadores oriundos da formação com os novos, que foram contratados, pô-los a remar para o mesmo lado e a falar a mesma língua», trazendo «um novo ânimo à equipa», além de sentir o que significa «ser do Sporting».

Godinho Lopes rejeitou estabelecer qualquer comparação entre Sá Pinto e Domingos Paciência, cuja contratação assumiu «como da SAD», embora ressalvando que «assume as decisões» da administração a que preside, até porque entendeu na altura que, estando o Sporting numa nova fase, «precisava de uma pessoa nova, ambiciosa e ganhadora», perfil que encaixava no anterior treinador.

Questionado se o motivo do afastamento deste se deveu apenas a motivos de ordem técnica ou se houve questões que caíram mal em certos setores do clube, que tiveram a ver com o seu relacionamento próximo com pessoas ligadas ao FC Porto, Godinho Lopes refugiou-se no pacto de silêncio assumido por ambos por altura em que acordaram a rescisão contratual.

«Tenho um acordo assinado com o Domingos no que se refere à salvaguarda e confidencialidade sobre tudo o que foi combinado entre nós e não vou falhar», disse Godinho Lopes, para quem «não faz sentido» vir para os órgãos de comunicação social «tecer as razões do afastamento» do treinador, de quem diz «gostar como pessoa».

No entanto, e questionado se achou justas as afirmações de Domingos, queixando-se de que os jogadores foram chegando a “conta-gotas” e que não teve todos à sua disposição durante algum tempo, Godinho Lopes contrapôs que «em determinada fase da época, o Sporting ganhou 10 jogos consecutivos e parece que esse problema, afinal, não existia».

A contratação de 19 jogadores na presente época tem sido objeto de críticas de vários setores no interior do clube, face à necessidade de construir uma equipa praticamente do zero, mas o presidente tentou explicar a razão dessa opção arriscada.

«Decidimos basear a nossa estratégia na definição de um sistema tático por parte do treinador e na avaliação quer dos jogadores que já faziam parte do plantel e que se adequavam a esse sistema, quer daqueles que necessitávamos para preencher os vários lugares menos apetrechados», referiu o presidente “leonino”, admitindo que a «evolução das saídas e das contratações, algumas delas feitas no final do defesa para reajuste do plantel, acabou por determinar tão elevado número de aquisições».

Pela primeira vez, em termos públicos, confessou saber desde o início da época que, «perante a reestruturação profunda» operada na equipa, «seria muito difícil» o Sporting ser campeão, mas esperava que esta «estivesse a lutar pelos três primeiros lugares», que era «o objetivo traçado quando se planificou a época em curso».

Uma das suas promessas eleitorais foi, caso fosse eleito, o Sporting conquistar o título durante o mandato de três anos, promessa que mantém, embora ache «um pouco demagógico dizer que se vai ser campeão».

«O que posso dizer é que vou lutar para ser campeão durante o triénio. Admito que chegar na primeira época, contratar um conjunto de jogadores, uma nova equipa técnica para começar tudo de novo e achar que nos íamos bater pelo título logo no primeiro ano acabou por ser demasiada presunção», reconheceu à Lusa.

Em relação à próxima época, dá a entender que vão ser contratados poucos jogadores:

«Felizmente, temos muitos bons jogadores, 14 internacionais, e estamos satisfeitos com o plantel. É natural que haja saídas e que esses lugares tenham de ser preenchidos. A equipa técnica, o Carlos (Freitas) e o Luís (Duque) estão já a preparar a próxima época.»

No plano diretivo, Godinho Lopes procurou minimizar os dois “rombos” na sua equipa, com a saída do vice presidente Carlos Barbosa e a suspensão do mandato por parte de Paulo Pereira Cristóvão, considerando que o primeiro «saiu por vontade própria, por querer regressar ao Automóvel Clube de Portugal, depois da reorganização que levou a cabo no clube no pelouro comercial e da comunicação».

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