O presidente do Benfica, Rui Costa, reiterou hoje a necessidade da aposta do clube na formação, destacando a preponderância de jogadores como João Neves, António Silva e Florentino, e deixa patente o desejo de alargar as instalações no Seixal.

“O Benfica Campus tem dado todos os anos jogadores à equipa principal. No ano passado, houve onze jogadores da formação a ser utilizados na primeira equipa do Benfica. Este ano, vamos pelo mesmo caminho e o objetivo é que este valor seja sempre superior a cinco. […] Eu posso meter 20 jogadores para fazer número, mas eles têm tido preponderância”, constatou, aquando da sua participação gravada em vídeo na Thinking Football Summit.

Com o futebol feminino também integrado nas instalações de treino, o dirigente não mostrou desagrado com as infraestruturas do clube, mas, numa altura em que também o Estádio da Luz já foi alvo de remodelações, não abdicou de mostrar a ambição de proporcionar melhores condições aos atletas.

“O centro de estágios é grande e de grande qualidade, mas, em face ao trabalho que queremos fazer e ao trabalho que também temos desenvolvido no futebol feminino, parece sempre curto. Portanto, apesar de tudo o que nós temos, está sempre na nossa cabeça ter mais qualquer coisa e está na nossa cabeça alargar o Seixal, dando melhores condições a todos os que lá estão”, disse.

Com a venda de Gonçalo Ramos, um dos ‘filhos’ do Seixal, ao Paris Saint-Germain ainda na ordem do dia, Rui Costa mostrou-se uma vez mais descontente com a saída do avançado, mas ciente de que era venda necessária.

“Como é que se gere a saída de um titular da equipa? Com desagrado, porque vivemos num país como Portugal, em que obrigatoriamente os adeptos têm de se mentalizar que não pode viver sem vender. O que nós procurámos com essa venda foi proteger o resto do grupo. Havia uma vontade explícita do Gonçalo Ramos, não no facto de o Gonçalo Ramos não achar o Benfica o melhor clube do mundo, mas sim por não poder pagar os salários que se praticam noutros países do mundo. A diferença salarial para aquilo que pode ter em França é abismal”, explicou.

Apesar da grande fonte de receita que foi a transferência do internacional português, assim com a saída de tantos outros nomes da escola ‘encarnada’, Rui Costa assegura que a principal função dos escalões de formação será sempre contribuir no plano desportivo para a equipa principal, ainda que não renegue a importância e a necessidade do campeão nacional em fazer encaixes financeiros significativos.

“O objetivo principal é efetivamente trazer jogadores para a primeira equipa e apontar ao plano desportivo. Depois, dentro da linha do Gonçalo Ramos, não vou esconder que é uma enorme fonte de rendimento que o Benfica tem. Mas a grande etapa da formação do Benfica é aportar à equipa principal”, sublinhou.

Rui Costa ainda abordou a renovação de João Neves, “Joãozinho”, como gosta de apelidar o médio, considerando “um dos contratos mais fáceis” que conseguiu no cargo, pela vontade do clube e do jogador, que “nem queria saber dos valores, mas apenas que iria continuar a ser jogador do Benfica”.