O treinador Rui Borges afirmou hoje que deseja “valorizar cada vez mais” o Moreirense, depois de um acordo “muito fácil” para acertar a renovação com o emblema da I Liga portuguesa de futebol até 2026, hoje oficializado.

Contratado no início da presente época, o técnico de 42 anos lidera o grupo responsável pelo melhor primeiro terço de campeonato na história dos ‘cónegos’, com 21 pontos em 12 jornadas, marca superior aos 16 pontos de 2014/15 e 2018/19, e vinca a ambição de contribuir para “o crescimento e sustentabilidade” dos minhotos, após prolongar até 2026 um vínculo que terminava em 2024.

“Tenho como objetivo, acima de tudo, valorizar o clube cada vez mais, porque é um clube que tem crescido, que pode crescer cada vez mais, que tem umas condições muito boas de trabalho, que está a crescer e vai continuar a crescer. É um clube estável. É um clube em que toda a gente gosta muito de trabalhar. Quero ajudar o clube a tornar-se ainda maior”, referiu, em declarações à Lusa.

Pela primeira vez na elite do futebol nacional, após quatro anos e meio na II Liga, Rui Borges agradece à direção do Moreirense pela “coragem de apostar” na sua equipa técnica e assume ter sido “muito fácil” selar o acordo para a renovação, pela vontade mútua nesse sentido, expressa, por exemplo, após a eliminação da Taça de Portugal com o Paredes, do Campeonato de Portugal (2-1), em outubro.

“É um processo que já vem de trás. É algo falado há bastante tempo por parte da estrutura, na palavra do senhor presidente. Logo a seguir ao jogo do Paredes, a derrota para a Taça de Portugal, ele queria ter anunciado essa renovação. Por isto ou por aquilo, não aconteceu. Aconteceu agora. Não tem em conta estes [últimos] jogos. Essa vontade, mútua, já foi equacionada lá atrás”, realça.

Embora disposto a “ficar marcado” na história do clube da vila de Moreira de Cónegos, o treinador natural de Mirandela diz que é prematuro traçar objetivos concretos até 2026, como o de fixar os ‘axadrezados’ na primeira metade da tabela ou o de conquistar um inédito apuramento para as provas da UEFA, e avisa que “o futebol é o momento”.

Ciente de que o Moreirense vive um ciclo de sete jogos sem derrotas e de quatro sem sofrer golos para a I Liga, mas pode ‘cair’ numa “fase menos positiva”, o ‘timoneiro’ pede aos seus pupilos para continuarem focados em cada jogo e em cada ponto, até porque a sua valorização como futebolistas, o sexto lugar na tabela e a renovação hoje anunciada são consequências dos pontos até agora somados.

Depois de terem conduzido o Mafra ao sexto posto da II Liga em 2022/23, Rui Borges e a restante equipa técnica sentem uma “simbiose perfeita” com o Moreirense, “um clube pequeno, mas grande” por ser “muito competitivo” e, ao mesmo tempo, “muito bairrista e familiar”.

Mais do que a eventual estabilidade proporcionada por um contrato até 2026, o treinador diz-se agradado com o “ambiente muito bom” que se vive no emblema do concelho de Guimarães, com todos os elementos da equipa técnica “muito felizes”.

Questionado sobre ambições a mais longo prazo, Rui Borges assume que gostaria de treinar, em Portugal, uma equipa a lutar regularmente por títulos e de trabalhar em campeonatos como a Liga inglesa ou a Liga espanhola.

“São ligas que nos seduzem. Qualquer treinador no começo da carreira sonha um dia alcançá-las”, confessa.