O candidato à presidência do Sporting José Maria Ricciardi mostrou-se hoje “impressionado” com a afluência de sócios às urnas, classificando ainda de “lamentável” a postura da Comissão de Gestão ao desvalorizar a “grave” situação financeira do clube.

Segundo o candidato da lista B, o ato eleitoral está “extremamente bem organizado", mas o que mais o impressionou “foi o número de sócios” que têm votado.

“É possível termos um recorde nesta eleição, isso dá-me grandes esperanças, porque mostra a vitalidade e a grandeza deste clube, apesar de todos os problemas que temos sofrido, nomeadamente nestes últimos tempos, e também, apesar de já não sermos campeões há muitos anos. Vi gente de todas as idades. De facto, este é um clube extraordinário, é um orgulho ter participado nestas eleições e estou muito contente com o que vi aqui hoje até exercer o meu direito de voto”, disse José Maria Ricciardi aos jornalistas, após votar.

Enquanto aguardava na fila para exercer o seu direito de voto, Ricciardi disse que se sentiu “acarinhado” pelos sportinguistas.

“É para mim um motivo de regozijo, de contentamento, e sobretudo, senti um enorme civismo e uma vitalidade que até eu fiquei surpreendido, depois de tudo o que se passou. o que se está a assistir, pois ainda é meio dia e meia, é a uma extraordinária afluência. Os rivais que me perdoem, mas o Sporting é o maior clube de Portugal”, defendeu o candidato da lista B, que se mostrou confiante na vitória, mas assumiu que aceitará “democraticamente e de uma forma humilde” os resultados das eleições.

Questionado sobre se estava preparado para aplicar a partir de domingo o plano que preconiza para o clube, o candidato respondeu afirmativamente, e criticou de seguida a Comissão de Gestão, liderada por Torres Pereira, acerca da situação financeira do clube.

“(Aproveito para retratar) A lamentável atuação do senhor doutor Torres Pereira e de parte da Comissão de Gestão, ao dizer que estava tudo bem, estava tudo lindamente nas contas, quando saiu o relatório (que engloba a SAD e o Grupo Sporting, divulgado recentemente)”, afirmou Ricciardi, que tem uma opinião oposta.

Ricciardi foi claro: “A situação do Sporting é grave. Como se pode ver no relatório, os prejuízos continuam, a situação líquida cada vez é mais negativa, as dividas aos fornecedores são brutais. E, portanto, quero que os sócios, quando forem exercer o seu direito de voto, tenham a absoluta consciência que o que eu disse é rigorosamente verdade. Fico escandalizado com aquilo que assistimos nos últimos dias, através de vocês e de outras pessoas que têm responsabilidades no Sporting”, sublinhou o candidato da lista B.

Ricciardi apelou a que os sócios “tenham consciência da situação do Sporting”, bem diferente daquela que, segundo o próprio, foi transmitida para o exterior pela Comissão de Gestão, o que, na sua opinião, também revela falta de isenção.

“Acho lamentável, pois isso demonstra uma falta de equidistância face aos candidatos e que era a obrigação rigorosa do doutor Torres Pereira e de todos os membros da Comissão de Gestão. Acho absolutamente lamentável esse comportamento”, criticou o candidato.

Ricciardi defendeu que se fale a verdade aos sócios em vez de esconder a realidade.

“Estar a tentar não revelar, estar a tentar disfarçar, atenuar, porque tem-se a perceção que alguns candidatos não terão a mesma capacidade que outros, acho lamentável e muito triste”, vincou Ricciardi.

Até às 11:30, votaram cerca de 5.000 sócios, segundo avançou o presidente da Mesa da AG, Jaime Marta Soares.

As urnas para a eleição do 43.º presidente do Sporting abriram às 09:00, hora em que já estavam milhares de sócios do clube a aguardar na fila, que já circundava o Estádio José Alvalade.

Esta será a maior operação do género no clube lisboeta, visto que os 51.009 sócios com direito a voto constituem também o número máximo alguma vez alcançado.

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