O treinador do Desportivo das Aves, Nuno Manta Santos, defendeu hoje que os insultos racistas dirigidos ao futebolista do FC Porto Moussa Marega em Guimarães representam “um problema da sociedade” e exigem intervenção estatal.

“É um problema da sociedade que é visto e comentado há muito tempo, mas muitas vezes não se dá valor. Veremos aquilo que o Governo português vai fazer, porque penso que tem de intervir”, afirmou o técnico, na conferência de antevisão ao duelo com o Vitória de Guimarães, na sexta-feira, da 22.ª jornada da I Liga.

Líder de um dos plantéis mais multiculturais da prova, com jogadores de 11 nacionalidades distintas, Nuno Manta Santos reconheceu que o balneário avense refletiu acerca dos incidentes ocorridos há quatro dias no Estádio D. Afonso Henriques, embora os comportamentos discriminatórios não constituam uma novidade.

“Na minha carreira já presenciei muitas vezes esse tipo de ocorrência. Principalmente na formação, onde trabalhei com os sub-15, sub-17 ou os sub-18, e aconteceram muitos incidentes do género com atletas meus e com jogadores adversários”, recordou o antigo treinador das camadas jovens do Feirense.

O Desportivo das Aves, 18.º e último colocado, com 13 pontos, recebe o Vitória de Guimarães, na oitava posição, com 28, na sexta-feira, às 20:30, no Estádio do CD Aves, para o encontro inaugural da 22.ª jornada da I Liga, que terá arbitragem do portuense Rui Costa e assinalará o início da campanha ‘NÃO’.

Nos jogos da 22.ª jornada das competições profissionais, que se estendem até segunda-feira, árbitros e jogadores vão envergar uma camisola alusiva ao combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância, complementando a ação promovida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional com uma troca de galhardetes entre os capitães.

No domingo, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, durante o jogo entre Vitória de Guimarães e FC Porto, o avançado maliano Moussa Marega abandonou o relvado após ser alvo de insultos racistas por parte dos adeptos da equipa local.

Vários jogadores de ambas as equipas tentaram demovê-lo, mas Marega, que já alinhou no Vitória e tinha marcado o segundo golo dos ‘azuis e brancos’, mostrou-se irredutível e abandonou mesmo o relvado aos 71 minutos (sendo substituído por Manafá), depois de o jogo, que o FC Porto venceu por 2-1, ter estado interrompido cerca de cinco minutos.

O Ministério Público instaurou um inquérito na sequência deste incidente, que já teve várias pessoas suspeitas identificadas pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e configura um crime previsto no Código Penal punido com prisão de seis meses a cinco anos e uma contraordenação sancionada com coima entre 1.000 e 10.000 euros.

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