Moreno foi esta quarta-feira apresentado como novo treinador do V. Guimarães e o presidente do emblema vimaranense, António Miguel Cardoso, explicou a inesperada saída de Pepa do comando técnico da equipa principal de futebol do clube.

"Sempre nos propusemos a tentar resolver duas situações. A vertente financeira, que é muito importante, e a vertente desportiva. Sempre dissemos que para ambas se resolverem haveria uma só forma. Teria de haver reduções salariais, reduções nas despesas, projeção de jogadores mais jovens, vindos da formação... Num plantel são todos iguais, dentro do balneário têm de ser todos iguais", começou por assinalar.

"O que tem vindo a acontecer desde a nossa entrada é um desalinhamento entre as nossas ideias para salvar o clube, no nosso entendimento, e os interesses do treinador, que são perfeitamente justificáveis. Quer ter rendimento desportivo, não está tão preocupado com o futuro do clube. Repetimos várias reuniões e começámos a ver declarações do míster Pepa no final de treinos abertos em que dizia que a equipa tinha jogadores de escalões secundários, que precisava de reforços, sem nada ser combinado connosco...", apontou o líder máximo do V.Guimarães.

"Tivemos declarações que não motivavam os nossos jovens. Havia claros sinais de que havia desalinhamento em termos do projeto do Vitória. Isso foi muito claro. A partir do momento em que aconteceu este desalinhamento, tentámos ser flexíveis. Mas ontem tivemos uma reunião para falar de uma potencial contratação e o treinador Pepa excedeu determinados limites. A partir desse momento, a linha foi ultrapassada, e eu não tinha outra hipótese a não ser trocar de treinador. O caminho estava perfeitamente desalinhado e acabou ontem", disse.

Ainda que o grupo de trabalho possa ser “mais barato” face a temporadas anteriores, o presidente dos vimaranenses disse exigir “rendimento e resultados desportivos” e trabalhar para “um balneário motivado e cheio de confiança”, algo que crê ser possível com Moreno Teixeira, treinador recrutado à equipa B, hoje apresentado.

“Desde as primeiras conversas com o Moreno, sei que é com a noção dos jogadores dos sub-12 até à equipa A. É uma pessoa plenamente consciente do projeto do Vitória. Se, no momento certo, tiver de lançar um jovem lá para dentro, vai lançar e dar-lhe confiança”, enalteceu.

António Miguel Cardoso crê até que o novo treinador, a quem reconhece “amor” ao clube, mas também competência, pode constituir ‘peça-chave’ para se criar um “núcleo coeso e fechado” entre jogadores, equipa técnica e ‘staff’ e mostrou-se até “mais seguro” quanto a um desfecho positivo na segunda pré-eliminatória da Liga Conferência Europa, com os húngaros do Puskas Académia, a realizar-se em 21 e em 28 de julho, do que estava “há três dias”.

A propósito do eventual desagrado dos adeptos do clube perante uma mudança de treinador a pouco mais de uma semana do arranque oficial da época, o dirigente realçou que é “normal e pacífico” haver discordâncias e que tem de afirmar o Vitória de Guimarães como “uma instituição soberana”, capaz de ser “cada vez maior”.

O dirigente também prometeu “colmatar” eventuais saídas que venham a acontecer até ao encerramento do mercado de transferências de verão, em 31 de agosto, e, questionado sobre os rumores associados à saída de André Almeida, limitou-se a dizer que é “jogador do Vitória”.