O FC Porto ainda não apresentou o Relatório e Contas relativo a 2019/2020 mas já se sabe que irá ter prejuízos. Foi o próprio presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, a explicar que as contas não serão o que era expetável. Tudo por causa do mercado de transferências que se prolongou até outubro. As vendas deste ano não serão incluídos nas contas de 2019/2020 já que foram feitas para lá de junho, altura em que se fechou as contas relativas a última época.

"As contas fazem-se em junho, e seria normal nessas contas ter as vendas deste ano [126 milhões de euros], não fosse a pandemia e isso equilibraria as contas. Mas as vendas que realizamos este ano não entram nas contas que vamos apresentar", começou por explicar, em entrevista à TVI.

Pinto da Costa reconhece que o "fair-play financeiro irá obrigar a ter mais atenções" mas diz-se confiante que o clube irá sair brevemente dessa situação.

Alguns comentadores falam em falência técnica no clube mas Pinto da Costa explica que não é bem assim.

"É objetivo que vamos alcançar o objetivo do equilíbrio das contas. Quando se fala em falência técnica, isso só existe porque somos obrigados a apresentar as contas segundo certos parâmetros. O nosso plantel foi avaliado em 76 milhões de euros, nesta janela de transferências fizemos 126 milhões. É a demostração de que os nossos ativos estão subvalorizados. Podia vender os jogadores todos e ter mais dinheiro. Vendemos dois bons jogadores e entraram outros bons jogadores, o que é preciso é ter equilíbrio", justificou.

Perante as dificuldades financeiras, o clube viu-se obrigado a adiar a devolução do empréstimo obrigacionista para o final de 2021 mas Pinto da Costa garante que o mesmo "vai ser devolvido antes do final do ano".

O líder azul-e-branco falou do seu futuro no clube e não desvendou se este será o seu último mandato.

"Costuma-se dizer que nunca se diga nada. Publicamente já disse várias vezes que seria o meu último mandado e até disse que não me recandidataria mas, por circunstâncias diversas, como a construção do Estádio, não saí. Não vou dizer que é último mandado nem que não é o último. Mas se chegar ao fim do mandato e vir que não sou necessário, aí posso sair", garantiu.

Sobre aquilo que já alcançou no clube, Pinto da Costa garante que há sempre mais coisas a fazer no FC Porto.

"As vezes as pessoas dizem-me 'Fizeste um estádio, o museu,...' quem fez foi o FC Porto, tive a oportunidade e honra de liderar o clube nessa altura. Não estou preocupado com o que falta fazer. Tenho uma coisa que gostava de fazer, como a Cidade Desportiva que temos em pensamento e em ação e gostava, no dia em que sair do FC Porto, que esteja sólido e unido. É essa a minha preocupação. Em termos pessoais não estou à procura de fazer isto ou aquilo, porque o que te sido feito é por todos", comentou.