O mal-estar entre clubes e o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional já é bem conhecido, mas deverá ter data para começar a acalmar.

Isto porque de acordo com a edição deste domingo do jornal 'Record', Pedro Proença deverá manter-se no cargo até ao recomeço da competição, marcado para 3 de junho, uma vez que considera não ter o apoio necessário para continuar à frente do organismo.

Apesar de ter sido reeleito com esmagadora maioria há quase um ano para um mandato válido até 2023, essa maioria esbateu-se ao longo do tempo e a pandemia da COVID-19 foi o 'abalo' final.

Assim, Pedro Proença deverá sair em junho, ficando no cargo apenas até os clubes encontrarem uma solução para a presidência da Liga.

Na base da contestação ao ex-árbitro esteve a carta dirigida por Pedro Proença ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e outra de igual teor enviada ao Governo, na qual o presidente da Liga de Clubes sugeria que os responsáveis do Estado exercessem a sua influência com vista a que as operadoras de televisão permitissem a transmissão de jogos em sinal aberto.

Um dos presidentes mais vocais na reunião desta quinta-feira foi António Salvador. De acordo com o Jornal de Notícias, o presidente do SC Braga apontou o dedo aos clubes que integram a direção da Liga - Benfica, FC Porto, Sporting, Tondela, Gil Vicente, Leixões, Mafra e Cova da Piedade -, pedindo a demissão dos mesmos, caso estes tivessem tido conhecimento das cartas enviadas ao Governo e à Presidência da República.

A direção da LPFP decidiu apontar Nacional e Farense como promovidos à I Liga, na sequência da conclusão precoce da II Liga, além da criação de um fundo de apoio no valor de 1,52 milhões de euros.

Este apoio anunciado pela LPFP resulta da cedência da taxa de televisão paga pelos clubes da I Liga (550 mil euros), dos custos com os 90 jogos da II Liga que não se realizarão (500 mil euros) e da ativação dos fundos de infraestruturas de 2018/19 e 2019/20 (470 mil euros)

Estes montantes acrescem ao milhão disponibilizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), permitindo um encaixe individual de 180 mil euros a 14 emblemas da II Liga, excetuando as equipas B e os promovidos.