À chegada ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), o antigo assessor jurídico do Benfica Paulo Gonçalves deixou algumas palavras aos adeptos benfiquistas.

"Acima de tudo sou benfiquista", começou por afirmar Paulo Gonçalves, que vai ser ouvido hoje a partir das 14:00 pela juíza Ana Peres no âmbito do processo 'e-toupeira'.

O antigo assessor jurídico dos 'encarnados' afirmou ainda não estar preocupado com a falta de apoio da parte da SAD do Benfica no processo. "Não estou preocupado com isso, estou preocupado em colaborar com a justiça", garantiu Paulo Gonçalves.

A instrução, fase facultativa, que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue para julgamento, foi requerida pelos quatro arguidos do processo 'e-toupeira', entre os quais a SAD ‘encarnada’, e vai decorrer à porta fechada, com início sempre às 14:00, exceto no debate instrutório, agendado para 26 de novembro, e na leitura da decisão instrutória, sessões que serão públicas, segundo a informação obtida pela Lusa junto de fonte judicial.

A primeira sessão da instrução foi na quarta-feira, tendo sido ouvido o escrivão e ex-observador de árbitros Júlio Loureiro e três testemunhas arroladas por este arguido, enquanto, hoje, é a vez de Paulo Gonçalves ser ouvido e de mais quatro testemunhas arroladas pelo ex-assessor jurídico do Benfica.

Em 19 de novembro, vão prestar declarações Domingos Soares Oliveira e Nuno Gaioso, enquanto legais representantes da SAD do Benfica.

No dia seguinte, vão ser inquiridos Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Miguel Moreira e Luís Bernardo, diretor de comunicação do Sport Lisboa e Benfica, todos testemunhas arroladas pela SAD 'encarnada'.

Para 21 de novembro, está agendada a inspeção às garagens do Estádio da Luz e para 26 de novembro o debate instrutório.

O procurador adjunto Valter Alves, do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, responsável pela acusação do Ministério Público (MP), será também o procurador na fase de instrução.

A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes e Paulo Gonçalves de 79 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção ativa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.

Segundo a acusação do MP, Paulo Gonçalves, enquanto assessor da administração da Benfica SAD, e no interesse da SAD, solicitou a funcionários judiciais que lhe transmitissem informações sobre inquéritos, a troco de bilhetes, convites e 'merchandising'.