As primeiras palavras do novo líder técnico navalista foram “trabalho, sinceridade e sonhos”, pois “sem trabalho nada se conquista, sinceridade é fundamental e sonhar é uma forma de acreditar”.

“Eu acredito neste projecto”, frisou Mozer, acrescentando: “Foi um convite difícil e tenho consciência das dificuldades, mas, para privilégio meu, foi-me feito por um homem e dirigente que admiro”.

O técnico não espera facilidades: “Trabalho de treinador é difícil, mas abraço este projeto por duas razões essenciais, porque o considero importante para a minha carreira e acredito que podemos chegar onde queremos”.

Mozer rejeitou “a existência de fantasmas”, salientando que “há que mudar, nomeadamente na atitude”.

“O trabalho dá confiança e nós vamos ter de trabalhar muito para podermos chegar alto”, vincou o brasileiro, que terá Eduardo Almeida e Fernando Mira como adjuntos.

Mozer falou ainda da experiência acumulada: “Não tenho toda a experiência do mundo, mas espero vir a acumular mais alguma com o trabalho que vou fazer na Naval”.

“Já fui campeão, em Angola. Vamos seguir e repetir alguns aspectos que resultaram nesse trabalho. Acredito na grande capacidade de reacção da equipa que vou comandar”, expressou.

A convivência com José Mourinho, no início de carreira, deixou boas recordações a Mozer: “Guardo algumas ideias. Foi um período curto, quando temos tanto para aprender. Guardo perspectivas de comando: trabalho, honestidade, disciplina e companheirismo”.

Esta é a primeira experiência de Carlos Mozer como treinador principal em Portugal: “Sou ambicioso, espero que este projecto seja o primeiro passo para uma carreira que desejo atinja o mesmo nível que atingi enquanto jogador”.

A apresentação de Mozer esteve a cargo do presidente da Naval, Aprígio Santos, que agradeceu a coragem de Mozer: “Saúdo o Mozer e agradeço-lhe a coragem que revelou para enfrentar um projecto que sei ser muito difícil”.

“Vou estar mais perto da equipa e dar-lhe-ei todo o apoio. Não gosto do termo ‘atirar a toalha ao chão’, prefiro dizer que jamais baixarei os braços”, frisou.
O dirigente assumiu a suas culpas: “Já há muito tempo que não cometia tantos erros de uma só vez”.

“Sou um sonhador e este clube precisa de gente que sonhe. Há pessoas que nascem velhas e este clube tem de ir para a frente com gente jovem. Deus é meu amigo e decerto que nos vai ajudar”, disse.

E, virando-se para Mozer, desejou-lhe sucesso, finalizando: “Sou sonhador e solidário, nomeadamente para quem está comigo neste projecto muito especial chamado Naval.

Mozer tem a sua primeira “prova de fogo” domingo, com a deslocação ao reduto do Vitória de Guimarães, em encontro da 15.ª e última jornada da Liga portuguesa de futebol.