A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) interditou hoje o Estádio Nacional, recinto onde atua o Belenenses SAD, da I Liga portuguesa de futebol, a qualquer atividade desportiva até dia 18 de fevereiro, após vistoria.

A entidade que regula os campeonatos profissionais de futebol, que anunciou nova reavaliação no final do período de interdição, deu ao Belenenses SAD a possibilidade de realizar os seus jogos caseiros no Estádio Municipal de Mafra, em concordância com o clube da II Liga e com o município.

“A Comissão Técnica da Liga Portugal, que esteve esta terça-feira a avaliar as condições do relvado do Estádio de Honra do Jamor, decidiu interditar o terreno de jogo onde atua a Belenenses SAD, sabendo já os responsáveis do clube que a opção para a equipa jogar é o Estádio Municipal de Mafra”, pode ler-se no comunicado divulgado.

O recinto tem estado “interditado a treinos e jogos que não sejam os do Belenenses SAD desde 14 de dezembro, em função do que já eram os danos evidentes no relvado nos jogos anteriores”, uma medida “que se tornou manifestamente insuficiente, o que leva, agora, à interdição total”.

Apesar da decisão da LPFP e da hipótese de o Belenenses SAD jogar em Mafra, o presidente dos ‘azuis’, Rui Pedro Soares, mostrou-se convicto de que o Estádio Nacional vai continuar a receber os jogos caseiros dos lisboetas até ao final da presente edição da I Liga portuguesa de futebol, a começar pela receção ao Nacional, em 20 de fevereiro.

“Vamos jogar no Estádio do Jamor até ao fim da época. É o terceiro ano que o fazemos, porque fomos expulsos do Restelo e encontrámos no Jamor condições para jogar. Esperámos dois anos pelas eleições no Belenenses clube, manteve-se a perseguição doentia e, no final desta época desportiva, vamos encontrar uma solução duradoura”, vincou.

O clube e a SAD dos 'azuis' estão afastados desde o início da temporada 2018/19, quando o protocolo de utilização do Restelo pela SAD terminou e esta mudou a equipa profissional para o Estádio Nacional, no Jamor.

Rui Pedro Soares considera que, desde o jogo com o Sporting (derrota por 2-1), em 27 de dezembro, a relva “tem ficado melhor” e elencou os motivos que levaram à degradação do terreno de jogo.

“Quando se atinge a temperatura de 5ºC, [a relva] hiberna e, se tiver gelo, o relvado morre. Houve uma temperatura fria, a relva deixou de crescer e houve dois dias com gelo e a relva morreu. Com o tempo, o relvado vai melhorar e ontem [segunda-feira] esteve muito melhor que no jogo com o FC Porto, há quatro dias. Já esteve muito pior”, explicou.

Apesar das críticas, Rui Pedro Soares sublinhou que o relvado do Estádio Nacional “está longe de ser o pior da I Liga”, em comparação com os recintos dos clubes insulares (Santa Clara, Nacional e Marítimo), afirmando que o Belenenses SAD não se justifica com o campo nos maus resultados.

“Nós lutamos em todos os estádios deste país, qualquer que seja o campo. Para nós não é problema. A temperatura vai subir, vamos ter sol e os tratamentos necessários para, no dia 20 (dia do próximo jogo em casa, diante do Nacional], estar muito melhor do que o do Nacional quando lá jogámos na primeira volta”, disse.

Em agosto, o presidente dos ‘azuis’ confirmou negociações para construir um centro de estágio “de excelência” e fixar-se no município de Grândola. Os clubes da I Liga têm de indicar o estádio onde irão jogar na próxima temporada até ao final de fevereiro e Rui Pedro Soares, sem adiantar detalhes, frisou que Grândola continua a ser “a melhor hipótese”.

*Artigo atualizado às 19h36