José Pedro Pereira da Costa vai ingressar na candidatura de André Villas-Boas para as eleições dos órgãos sociais do FC Porto como administrador financeiro da SAD, disse hoje o ex-treinador da equipa principal de futebol dos ‘dragões’.

“Tem um currículo vasto de resultados, credibilidade e experiência em vários setores de atividade e colocou o clube acima dos seus interesses pessoais e profissionais para se disponibilizar para esta missão. Chega com a responsabilidade de dar soluções novas e colocar o FC Porto na vanguarda da gestão financeira e como exemplo de referência em termos de rigor, da excelência e da transparência”, justificou Villas-Boas, em conferência de imprensa realizada na sede de campanha da candidatura “Só há um Porto”, no Porto.

Em dezembro de 2023, José Pereira da Costa tinha deixado os cargos de administrador financeiro da operadora de telecomunicações NOS, na qual trabalhou por 10 anos, e de membro não executivo do canal televisivo SportTV, cuja ligação perdurava desde 2007.

Antes, o candidato escolhido por André Villas-Boas, de 56 anos, desempenhou funções similares na ZON Multimédia, na Portugal Telecom, na congénere brasileira Vivo ou no Banco de Investimento e Corporate do Santander, tendo acumulado, a nível académico, uma licenciatura em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, além de um MBA e um certificado em governança corporativa no INSEAD.

“Ficamos com uma sensação muito vincada de que o clube aparenta ser um quintal com uma galinha de ovos de ouro que serve a alguns, enquanto o seu futuro estará cada vez mais hipotecado. A degradação permanente da nossa situação financeira é o reflexo da inoperância de uma gestão gasta e antiquada, cuja comunicação se agarra ao passado e teima em expandir-se, vivendo de guerrilhas que afetam o seu crescimento”, denunciou Villas-Boas.

Em 17 de janeiro, ao discursar na apresentação da sua candidatura à presidência do FC Porto, o ex-técnico reiterou ser “essencial implementar uma série de medidas de gestão, que permitam restaurar o equilíbrio financeiro do clube”, encarando o responsável pelas contas da SAD como “fundamental no projeto e num futuro de crescimento sustentável”.

“O caminho para a viabilidade financeira passa obrigatoriamente pela implementação de um modelo de gestão mais rigoroso. Passa ainda pela disciplina financeira e orçamental, assente numa administração executiva e não executiva, com profissionais credíveis, de comprovada experiência e reconhecidos no mercado pela sua competência, mérito e sucesso nos vários setores de atividade. Urge um clube orientado para o futuro”, notou.

José Pereira da Costa foi o terceiro elemento oficializado pela lista de André Villas-Boas, que já tinha indicado António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, para a liderança da Mesa da Assembleia Geral e Angelino Ferreira, antigo administrador financeiro dos vice-campeões nacionais de futebol, para o Conselho Fiscal e Disciplinar.

“Hoje fala-se em dívidas, passivo, processos, saídas a custo zero e terceiros a lucrarem indevidamente com o clube, sempre a coberto de uma ausência de transparência. Serei implacável com o cumprimento desta responsabilidade. Pelo meio, anunciam-se capitais próprios positivos: primeiro, iria ser em novembro; depois, em dezembro; se calhar, em janeiro; agora, em fevereiro; talvez, em março. Mas, em abril é que dava jeito”, terminou André Villas-Boas.

Nas eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028, que deverão ser realizadas em abril, o ex-treinador, de 46 anos, vai concorrer com o empresário Nuno Lobo, candidato batido em 2020, e Pinto da Costa, detentor de 15 mandatos seguidos na presidência dos ‘dragões’ e dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.

André Villas-Boas distinguiu-se na época 2010/11, quando venceu quatro competições à frente da equipa principal de futebol, entre as quais a I Liga portuguesa e a Liga Europa, que representa o último dos sete troféus internacionais da história dos ‘azuis e brancos’.