O antigo presidente do Sporting, apresentou esta terça-feira a sua biografia "Luiz Godinho Lopes – Olhos nos Olhos: O outro lado da vida". Da autoria de António de Sousa Duarte, o livro fala da infância, da vida profissional e das duas passagens pelo clube de Alvalade - entre 2011 e 2013.

Em declarações aos jornalistas durante a apresentação do livro, Luiz Godinho Lopes abordou especialmente a sua passagem pelo comando do Sporting. A eleição de Frederico Varandas, os mandatos de Bruno de Carvalho e as contas do clube foram alguns dos assuntos comentados.

A nova presidência

"Acho que é uma precipitação dizer que devemos estar preocupados com o clube. A preocupação faz parte do passado. A nossa preocupação hoje deve ser estarmos todos juntos, de mãos dadas, e olhar para o futuro do clube. Não se podem fazer juízos de valor ou julgar quem acabou de chegar. O mais importante é o clube", começou por dizer o antigo dirigente do emblema leonino.

A expulsão de sócio

Questionado sobre um possível regresso à lista de sócios do Sporting, depois de ter sido expulso durante o mandato de Bruno de Carvalho, Godinho Lopes afirmou: "Sempre estive de consciência tranquila como estou hoje, é uma decisão que me compete a mim. Frederico Varandas ou o Conselho Fiscal e Disciplinar atual é que têm de tomar essa decisão. Estou tranquilo, a exercer a minha actividade e a olhar com solidariedade para as pessoas que precisam. Hoje vou ter a casa cheia de amigos, isso é que me interessa. Competirá ao Sporting, se quiser, ter-me de volta, porque foi o Sporting que me afastou."

A saída do Sporting

Sobre as razões que precipitaram a sua saída da presidência do clube, Godinho Lopes admite que se o Sporting tivesse vencido "a Liga Europa e a Taça de Portugal a situação teria sido diferente". Quanto à situação atual do clube, o antigo dirigente lembrou que "em 2013, tínhamos deixado uma formação e uma equipa B a funcionar. Um treinador com qualidade, a equipa estava equilibrada. Cinco anos depois, a situação é outra. Se olharmos para o conjunto de jogadores que saíram, evidentemente que me deixa preocupado. E também porque os 200 milhões de euros de encaixe da venda desse conjunto de jogadores não trouxe melhorias à condição financeira. O milagre não se operou."

A auditoria à gestão de Bruno de Carvalho

"Foram cinco anos muito conturbados, há muito para dizer, com certeza. Isso é um pequeno detalhe", começou por dizer, quando confrontado com os 700 mil euros que foram alegadamente usados para scouting durante a presidência de Bruno de Carvalho, mas sobre os quais não há registo.

"A saída de Bruno de Carvalho não é algo que me alegra. Pode-me entristecer, sim, ele ter sido eleito, de facto não prestou um bom serviço ao clube. Cabe aos sportinguistas decidir. Os sócios é que elegem os seus dirigentes", concluiu.