Fernando Gomes está de saída do cargo de administrador financeiro da FC Porto SAD, anunciou hoje o dirigente dos vice-campeões nacionais de futebol, que cessará funções no final do mandato, logo após as eleições de 27 de abril.

“Orgulho-me de ter feito parte desta equipa e de ter dado o meu contributo para que as coisas corressem da melhor maneira possível, mas tudo chega ao fim. Para mim, esta academia é o final de uma colaboração diária com a administração do FC Porto”, disse.

Fernando Gomes, de 77 anos, falava durante a sessão de apresentação da maqueta da futura academia do clube, no Estádio do Dragão, no Porto, anunciando o fim de um ciclo começado em março de 2014, quando rendeu Angelino Ferreira na pasta das finanças.

“Não se podia dizer que havia melhor maneira de fechar um mandato de quatro anos do que com o início formal de uma infraestrutura desejada há muitos anos e absolutamente necessária para que possamos ir mais longe do que fomos até aqui”, avaliou o também vice-presidente ‘azul e branco’ e economista, que ostenta um longo percurso na política.

Ex-ministro Adjunto e ministro da Administração Interna no XIV Governo Constitucional, entre 1999 e 2000, Fernando Gomes passou pela secretaria de Estado da Habitação e Urbanismo no IX Governo, de 1983 a 1985, liderou as autarquias de Vila do Conde e do Porto e figurou como deputado na Assembleia da República e no Parlamento Europeu.

O administrador da FC Porto SAD salientou o impacto do quadriénio 2020-2024 para o estado atual dos ‘dragões’, cruzando “alguns sobressaltos” com “momentos muito bons”.

Além da saída do regime de fair play financeiro da UEFA, enalteceu a assinatura de um acordo de 15 anos com a companhia norte-americana Legends destinado à exploração comercial do Estádio do Dragão, que já permitiu baixar os capitais próprios negativos de 175,980 milhões de euros (ME) para quase 8,5 ME em 31 de dezembro de 2023 e deve possibilitar uma entrada de 60 a 70 ME no ocaso do exercício 2023/24, em 30 de junho.

Detentor de 15 mandatos seguidos e dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, Pinto de Costa concorrerá à presidência do FC Porto com André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato derrotado em 2020, nas eleições do clube, que vão decorrer em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.

José Fernando Figueiredo, economista e consultor do Banco Mundial, é uma das fortes possibilidades para a sucessão no cargo, mas Pinto da Costa fez questão de deixar rasgados elogios ao atual responsável financeiros dos azuis e brancos.

"Há cerca de um ano, talvez mais, o doutor Fernando Gomes comunicou-me que não podia continuar. Ele prometeu-me que nada sairia cá para fora e teria o mesmo entusiasmo dos últimos 10 anos. Foi o dirigente, nos meus 42 anos, que depois de anunciar a saída mais fez e mais trabalhou pelo FC Porto. Tenho a certeza que ficará sempre ligado a nós, o mais importante é a amizade que nos liga e a lealdade. Será sempre referência e estar-lhe-ei eternamente grato", salientou o presidente do FC Porto.