O Estoril venceu esta noite o FC Porto por 1-0, em jogo da 27ª jornada da Primeira Liga. Cassiano, aos 69 minutos, fez o golo da vitória dos canarinhos, perante um FC Porto que terminou o jogo reduzido a nove, devido às expulsões do guarda-redes Diogo Costa e de Francisco Conceição.

Com este resultado, os dragões ficam mais longe de Sporting e Benfica, já o Estoril consegue três preciosos pontos que lhe permite subir alguns lugares na classificação e afastar-se um pouco mais dos lugares de descida.

Domínio azul avassalador mas ineficaz

No Estoril, Vasco Seabra viu-se forçado a algumas alterações no seu onze inicial. O técnico dos canarinhos não pode contar com Rafik Guitane e Pedro Álvaro, ambos devido a lesão. Mangala assumiu o lugar o central no eixo da defesa, enquanto que o internacional argelino foi substituído por Tiago Araújo.

Já no FC Porto, Sérgio Conceição fez alinhar de início exatamente o mesmo onze que começara o desafio diante do Vizela da última jornada.

Veja o resumo da partida

Os dragões tomaram conta da partida desde o apito inicial de António Nobre, não dando grandes possibilidades ao Estoril de ter bola, remetendo os canarinhos para o seu meio-campo. Logo aos três minutos, Evanilson teve uma boa oportunidade para rematar já dentro da área, mas Basso acabou por bloquear a tentativa do avançado brasileiro.

Contudo foi da equipa da casa a primeira grande oportunidade de golo; Tiago Araújo roubou a bola a Francisco Conceição e serviu Cassiano que, no coração da área, rematou para grande defesa de Diogo Costa.

Os portistas assumiam as despesas do jogo, e o Estoril procurava rápidas transições, especialmente através do corredor esquerdo com Rodrigo Gomes e Tomás Araújo. Apesar do domínio, o primeiro remate dos azuis e brancos chegou apenas aos 20 minutos, através de Francisco Conceição, para defesa fácil de Marcelo Carné.

Cinco minutos depois foi Wendell, dentro da área, a rematar, para defesa atenta do guardião do Estoril. Três minutos volvidos e Alan Varela a visar a baliza estorilista, mas o tiro acabou desviado por Mangala e saiu a rasar o poste esquerdo.

A supremacia portista era cada vez mais evidente, impedindo, agora com mais eficácia, as saídas rápidas do Estoril, que era obrigado a tentar sair a jogar, submetendo-se assim à pressão do adversário logo junto à grande área.

Totalmente instalados no meio-campo ofensivo, os comandados de Sérgio Conceição iam criando cada vez mais perigo junto da baliza do Estoril e dispuseram de uma oportunidade flagrante pouco depois da meia-hora; Evanilson ultrapassa Carné mas atira contra Mangala e, na recarga, Francisco Conceição também atirou contra um defesa estorilista; Rodrigo Gomes esteve perto de aumentar a vantagem dos canarinhos, mas, na cara de Cláudio Ramos, atirou ao lado.

No final da primeira parte, a exibição do FC Porto apenas pecava no capítulo da finalização, perante um Estoril que, não conseguindo jogar, ia sobrevivendo.

Um toque e tudo se desmoronou

A segunda parte iniciou-se tal e qual terminara a primeira: FC Porto dono do jogo e a jogar na segunda metade do meio-campo ofensivo. Contudo, e tal como acontecera nos primeiros minutos da primeira parte, foi da equipa da casa a melhor oportunidade para marcar; transição rápida de Rodrigo Gomes e o extremo a cruzar para o coração da área mas, nem Cassiano, nem Heriberto conseguiram fazer um golo que parecia fácil.

O Estoril procurava esticar-se e sair do seu meio-campo, mas eram os dragões quem continuavam a controlar a partida; aos 57 minutos, António Nobre assinalou grande penalidade por alegada falta de Mangala, mas, após consultar as imagens, o árbitro acabou por reverter a decisão.

O lance como que desconcentrou os dragões que acabaram por dar um tiro no pé pouco depois; mau passe de Otávio, Diogo Costa domina mal a bola e acaba por derrubar Wagner Pina em falta, lance que levou à expulsão do guarda-redes.

Galeno foi o sacrificado para a entrada de Cláudio Ramos mas, como um mal nunca vem só, do livre resultou o golo estorilista; Cassiano atirou forte e beneficiou do desvio em Wendell na barreira, que acabou por trair o recém-entrado guarda-redes portista para o primeiro do jogo.

Os dois lances consecutivos desnortearam a formação azul e branca, agora com menos discernimento; Sérgio Conceição tentava renovar a frente de ataque com as entradas de Iván Jaime, Jorge Sánchez, Eustáquio e Namaso, mas era o Estoril que agora aproveitava a vantagem numérica e o espaço dado pelos dragões para ameaçar novo golo.

Em desvantagem numérica e no marcador, o FC Porto mostrava-se cada vez mais ansioso e impaciente "ajudado" pelo avançar do relógio. O desnorte atingiu ponto tal que Francisco Conceição acabou por ver o segundo amarelo, e consequente vermelho, após por a mão na cara de Wagner Pina.

Dez minutos foram os descontos dados por António Nobre, todavia, mesmo com tanto tempo pela frente, pouco foi o futebol jogado nessa altura; Basso acabou também por ser expulso após travar Namaso quando este fugia em direção à baliza. E como se tal não fosse suficiente, a chuva começou a cair abundantemente, dificultando em muito a tarefa dos jogadores.

Até final os dragões tentaram de tudo para conseguir pelo menos o empate, mas não conseguiram criar grandes oportunidades para marcar.

Com esta derrota, o FC Porto está agora a nove pontos do Benfica, segundo classificado, e a dez do líder Sporting. Já o Estoril sobe até ao 10º lugar, com os mesmos 28 pontos do Gil Vicente.