"Façam o favor de fazer um poucochinho de jornalismo". É este o desafio que o FC Porto lança à comunicação social.

Na newsletter oficial do clube, Dragões Diário, o clube portista acusa os órgãos de comunicação social de não replicarem notícias negativas do Benfica, fazendo menção à notícia de que Luís Filipe Vieira seria arguido de um processo-crime relativo ao BPN.

"Uma nova moda nos media portugueses é a câmara de eco que fazem uns dos outros - um jornal dá uma notícia e logo a seguir os outros a replicam. Isso é verdade para quase tudo exceto quando se tratam de notícias negativas para o Salazar Lisboa e Benfica", começa por dizer a newslettter.

"Ontem, por exemplo, soube-se que Luís Filipe Vieira é arguido desde 2014 de um processo crime em que é suspeito de burla, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, tendo lesado o falido BPN em 23 milhões de euros. Pela relevância da notícia seria normal que tivesse difusão mas, seja por um qualquer critério editorial, seja porque o respeitinho é muito lindo, jornais como Expresso ou Público esqueceram a notícia. Nos desportivos, sempre ávidos de notícias sobre os protagonistas dos clubes, só O Jogo noticiou a matéria", refere, dando mesmo uma explicação para o caso.

"Explicação? É na comunicação social que o polvo encontra o ecossistema perfeito, tendo agora criado a figura do arguido na clandestinidade. Porque este diário tem uma confiança ilimitada na recuperação humana lança o desafio: façam o favor de fazer um poucochinho de jornalismo. Só para não parecer tão mal", refere a newsletter.

Na mesma mensagem, o FC Porto deixa também críticas à RTP, por ter passado imagens dos adeptos dos 'dragões' numa notícia sobre viciação de resultados.

"A RTP ilustrou uma reportagem sobre a operação Jogo Limpo (viciação de resultados) que passou no Telejornal de ontem com imagens de adeptos do FC Porto. Trata-se do habitual desrespeito para com o nosso clube, mas infelizmente não parece haver Conselho de Redação ou Entidade Reguladora que se preocupe com estas situações que deveriam envergonhar a estação pública".

Recorde-se que Luís Filipe Vieira foi constituído arguido devido aos seus negócios com o Banco Português de Negócios (BPN). O Ministério Público suspeita dos crimes de burla qualificada, de falsificação e branqueamento de capitais, que terão causado um prejuízo de 23 milhões de euros ao BPN, através da Inland, sociedade anónima detida maioritariamente por Luís Filipe Vieira, diz o jornal O Jogo.