O presidente da Liga de clubes, Pedro Proença, o diretor financeiro do Benfica, Miguel Moreira, e o diretor de comunicação do clube, Luís Bernardo, testemunhas arroladas pela Benfica SAD no processo e-toupeira, já se encontram no tribunal.

Pedro Proença não foi visto pelos jornalistas a entrar no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), mas fonte da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, contactada pela Lusa, confirmou que o responsável compareceu à sessão agendada para ter início hoje, pelas 14:00, pelo que deverá ter entrado por outra entrada que não a principal, que tem sido usada por todos os outros elementos que participam nesta fase de instrução do processo e-toupeira.

Por seu turno, Miguel Moreira e Luís Bernardo não prestaram declarações à comunicação social à entrada para o TCIC, onde também se encontram os mandatários das outras partes envolvidas no processo, quer no papel de arguido (como a Benfica SAD e o seu ex-assessor jurídico Paulo Gonçalves, bem como os dois funcionários judiciais visados pela Justiça), ou de assistente (como é o caso da Sporting SAD).

A fase de instrução do processo 'e-toupeira', requerida pelos quatro arguidos, incluindo a Benfica SAD, começou na quarta-feira da semana passada no TCIC, em Lisboa.

A instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue para julgamento, tem decorrido à porta fechada, com início sempre às 14:00, exceto no debate instrutório, agendado para 26 de novembro, e na leitura da decisão instrutória, sessões que serão públicas.

No Requerimento de Abertura de Instrução (RAI), a SAD do Benfica defende que a acusação do Ministério Público (MP) é infundada e que terá de cair nesta fase. O RAI assenta em três pontos essenciais, nomeadamente o desconhecimento dos factos imputados ao seu antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves e restantes dois arguidos, ambos funcionários judiciais.

A acusação do MP considera que o presidente da Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, teve conhecimento e autorizou a entrega de benefícios aos dois funcionários judiciais, por parte de Paulo Gonçalves, a troco de informações sobre processos em segredo de justiça, envolvendo o Benfica, mas também clubes rivais.

A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes e Paulo Gonçalves de 79 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção ativa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.