O advogado do arguido José Silva no caso 'e-toupeira', Paulo Gomes, considerou hoje que a "montanha pariu um rato", mesmo depois de o tribunal de instrução criminal ter decidido que o seu cliente vai a julgamento por corrupção.

"Ele [José Silva] ser libertado na véspera de Natal é uma grande alegria para ele e para a família", afirmou aos jornalistas o advogado no final da leitura da decisão instrutória no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), referindo-se ao levantamento da medida de coação que o obrigava a permanecer em casa, decretado pela juíza Ana Peres.

"Acredito que em julgamento vamos conseguir esclarecer tudo", afirmou, considerando que, neste caso, "a montanha pariu um rato". E realçou: "Em julgamento vamos mostrar que não há qualquer corrupção."

Paulo Gomes afirmou ainda que, caso o Ministério Público recorra de algumas das acusações contra o seu cliente que caíram na fase instrutória do processo, a defesa vai continuar a fazer o seu trabalho.

O advogado de José Silva considerou ainda que foi montado um "espetáculo" em torno do processo 'e-toupeira', criticando o "show off" que diz ter havido em torno dos arguidos.

"Os arguidos não têm que provar nada. Não temos interesse que [o processo] se arraste. Queremos mostrar que ele [José Silva] nunca foi corrupto, nem ativo, nem passivo", rematou.

Refira-se que Carlos Pinto Abreu, advogado de Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico da Benfica SAD, evitou os jornalistas à saída do tribunal, retirando-se pela porta lateral sem prestar quaisquer declarações.

O TCIC, em Lisboa, decidiu hoje não levar a julgamento a SAD do Benfica, por nenhum dos 30 crimes pelos quais estava acusada, mas o antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves será julgado por corrupção.

A decisão instrutória foi proferida na tarde de hoje pela juíza de instrução criminal Ana Peres, que não pronunciou (não levou a julgamento) a SAD ‘encarnada’ por nenhum dos 30 crimes que constam da acusação do Ministério Público (MP): um de corrupção ativa, outro de oferta ou recebimento indevido de vantagem e 28 crimes de falsidade informática.

Segundo a acusação do MP, Paulo Gonçalves, enquanto assessor da administração da Benfica SAD, e no interesse da sociedade, solicitou aos funcionários judiciais Júlio Loureiro (que também não vai a julgamento) e a José Silva (que vai a julgamento, mas que sai em liberdade - estava em prisão domiciliária) que lhe transmitissem informações sobre inquéritos, a troco de bilhetes, convites e 'merchandising'.

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