Sérgio Conceição reagiu esta terça-feira pela primeira vez às acusações de que foi alvo num jogo de infantis em Espanha.

O técnico garante que as acusações são falsas e diz que está até disposto a colocar uma pausa no futebol para provar a sua inocência.

"Estou muito triste. Sempre acompanhei os meus filhos nos seus trajetos e nos seus percursos. Como sabem, tive dois dos meus filhos a jogar em clubes diferentes, rivais do nosso. Sempre fui muito respeitado. Ia visitá-los e observar alguns jogos tanto no Seixal como em Alcochete e nunca tive nenhum problema. Isto é desgastante, é difícil. A minha família, a minha mulher e os meus filhos, estavam presentes para ver aquilo que se passou e sabem aquilo que se passou e aquilo que de eu estou a falar", disse em declarações aos jornalistas no Olival.

"Muitas das famílias, não só da nossa equipa, mas também das outras equipas, estavam e assistiram à situação. Isto são acusações falsas e mentirosas de alguém que devia ter a responsabilidade e o dever de ser uma pessoa que está acima, pelos vistos, da autoridade em Espanha, que eu não sabia, daí a não identificação deste senhor. Os meus advogados estão a a tratar da situação, estão em Espanha para fazer aquilo que têm a fazer. Se for preciso eu fazer uma pausa no futebol, deixar o futebol, para provar aquilo que eu estou a dizer eu deixo. A minha honra, aquilo que eu sou como homem, como pai é muito mais importante", acrescentou.

Recorde-se que treinador do FC Porto vai apresentar uma queixa-crime contra o presidente da câmara de Cartaya, que acusou Sérgio Conceição de agressões e insultos durante um torneio de futebol jovem no domingo naquela localidade espanhola.

“Foi apresentada ontem [domingo], logo a seguir aos factos, uma queixa-crime contra o autarca Manuel Barroso por tentativa de agressão ao filho de Sérgio Conceição [Moisés Conceição, que acompanhava o torneio ao lado do pai]. Repudiamos as acusações feitas pelo mesmo autarca, que não têm qualquer fundamento de verdade”, assegurou Pedro Henriques, advogado do técnico ‘azul e branco’, num comunicado enviado às redações.

Fonte da Guarda Civil de Cartaya, no sul de Espanha, adiantou à agência Lusa que esta força de segurança foi chamada no domingo ao recinto desportivo onde decorria a final da Taça Gañafote entre as equipas de sub-9 de FC Porto e Sevilha, devido a “uma altercação” e “para expulsar” Sérgio Conceição do balneário, onde o treinador dos vice-campeões nacionais entrou sem autorização no final do duelo vencido pelos andaluzes.

Após o jogo, no qual participou José Conceição, filho mais novo de Sérgio Conceição, o técnico dos ‘azuis e brancos’ dirigiu insultos ao árbitro da partida, “saltou da bancada e entrou para o balneário", com o autarca de Cartaya, Manuel Barroso, a tentar intervir, de acordo com a mesma fonte ouvida pela Lusa, que disse haver mais pessoas envolvidas.

O autarca local apresentou uma queixa contra Sérgio Conceição, revelou a Guarda Civil, uma força de segurança espanhola similar à Guarda Nacional Republicana em Portugal.