O antigo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, e o líder da Juventude Leonina, Mustafá só começam a prestar declarações ao juiz de Instrução Criminal do Tribunal do Barreiro, Carlos Delca, esta quarta-feira. Em causa está a greve dos funcionários judiciais.

O interrogatório do ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho foi adiado para quarta-feira, para que os defensores possam analisar documentos solicitados, informou hoje o Tribunal do Barreiro, cujas diligências foram afetadas pela greve dos funcionários judiciais.

Bruno de Carvalho e um dos líderes da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, vão passar mais uma noite detidos, no âmbito da investigação sobre o ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, em 15 de maio.

"Tendo em conta os inúmeros documentos cuja consulta os ilustres defensores dos arguidos solicitaram, não foi possível reiniciar a diligência na altura aprazada, 14:30, tendo só agora, pelas 15:45 horas, sido possível entregar àqueles defensores, para apreciação, as cópias dos documentos solicitadas", lê-se no comunicado do Juízo de Instrução Criminal do Barreiro.

Os oficiais de justiça estiveram em greve até às 11h00, o que atrasou o início do interrogatório, mas voltaram a parar a partir das 16:00 e, segundo António Albuquerque, o “interrogatório não poderá continuar sem a presença dos funcionários judiciais”.

Na mesma nota, informa-se que, tendo em conta que a greve parcial dos funcionários judiciais se reiniciou às 16:00, os trabalhos foram suspensos e serão retomados às 10:00 de quarta-feira.

Em declarações aos jornalistas, António Albuquerque, do Sindicato dos Funcionários Judiciais, também garantiu que o interrogatório previsto para quarta-feira se deverá realizar, apesar da greve nacional decretada para esse dia.

O ataque

Recorde-se que em 15 de maio deste ano, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram alguns jogadores, treinadores e ‘staff’.

No dia dos acontecimentos, a GNR deteve 23 pessoas, tendo posteriormente efetuado mais detenções, estando atualmente em prisão preventiva 38 pessoas, entre as quais o antigo líder da claque Juventude Leonina Fernando Mendes.

Os 38 arguidos que aguardam julgamento em prisão preventiva são todos suspeitos da prática de diversos crimes, designadamente de terrorismo, ofensa à integridade física qualificada, ameaça agravada, sequestro e dano com violência.

Bruno de Carvalho, que à data dos acontecimentos liderava o clube, foi, entretanto, destituído em Assembleia-Geral e impedido de concorrer à presidência do clube, atualmente ocupada por Frederico Varandas.

Notícia atualizada às 16h42