O Benfica vai atacar sem pressão adicional a receção ao FC Porto, no domingo, da 11.ª jornada da I Liga, acredita o ex-futebolista Hassan Nader, atribuindo responsabilidades equivalentes aos dois rivais na perseguição ao líder Sporting.

“Há sempre pressão nas duas equipas. Agora, quando se fala num clássico ou dérbi, nunca podemos olhar para a classificação. Cada uma tem 50% [de favoritismo], até porque o nível é mais ou menos igual”, notou à agência Lusa o antigo avançado internacional marroquino, de 59 anos, que atuou nos ‘encarnados’ (1995-1997), por entre duas passagens pelo Farense (1992-1995 e 1997-2004).

O Benfica, terceiro colocado, com 22 pontos (menos um jogo), recebe o FC Porto, segundo, com 27, três abaixo do campeão nacional e líder invicto Sporting, no domingo, às 20:45, no Estádio da Luz, em Lisboa, na conclusão da 11.ª jornada da I Liga, sob arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.

“Sabemos da melhoria do Benfica com [o treinador] Bruno Lage e das mudanças diretivas e técnicas no FC Porto. Vamos ter um bom jogo, duro e difícil para ambos. O Benfica tem a vantagem de jogar perante os seus adeptos, mas não se espera que o FC Porto lhe facilite a vida”, projetou, sobre um clássico antecedido pela visita do Sporting ao Sporting de Braga, na despedida do técnico Rúben Amorim, a caminho dos ingleses do Manchester United.

As ‘águias’ têm cinco triunfos seguidos na prova desde a substituição do alemão Roger Schmidt por Bruno Lage, mas vêm de uma derrota fora com os germânicos do Bayern Munique (0-1), para a quarta jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, reforçando cautelas defensivas nesse embate com a transformação do habitual ‘4-2-3-1’ em ‘3-5-2’.

“Um jogo não é igual a outro e o FC Porto também não é o Bayern Munique. Penso que o Benfica voltará ao sistema do costume, mas, quando há jogadores de grande qualidade e o treinador conhece-os, podes usá-los em qualquer tática”, admitiu Hassan Nader, autor de nove golos em 27 duelos e vencedor de uma Taça de Portugal pelo Benfica.

Uma derrota em Vila Nova de Famalicão (0-2), logo na estreia, e um empate no terreno do Moreirense (1-1), à quarta jornada, precipitaram em setembro o regresso de Bruno Lage ao conjunto principal da Luz, que já tinha comandado entre 2019 e 2020, sagrando-se campeão nacional em 2018/19, após um longo trajeto nas camadas jovens do clube.

“O treinador conhece a equipa e os jogadores, ajustou algumas posições e tem sabido motivá-los. Isso juntou-os mais e foi importante. O Ángel Di María parece estar cada vez mais novo e este turco [Kerem Aktürkoglu] marca golos e é bom jogador”, destacou.

Com a visita ao Nacional, da oitava jornada, remarcada para 19 de dezembro, após ter sido interrompida em 06 de outubro, devido ao nevoeiro na Choupana, os ‘encarnados’ seguem a oito pontos do Sporting, vitorioso nas 10 primeiras jornadas, e a cinco do FC Porto, que apresenta nove triunfos e apenas perdeu em Alvalade (0-2), na quarta ronda.

“Muitas vezes, perdem-se campeonatos nos jogos com as equipas pequenas, mas é cedo para falar sobre quem vai ser campeão. Por agora, posso dizer que o favorito é o Sporting. Eles estão bastante fortes, mas não sei como vai ser com a saída do Rúben Amorim, que foi um choque grande para os sportinguistas. De qualquer maneira, FC Porto e Benfica podem recuperar, porque estão a melhorar jogo após jogo”, analisou.

Melhor marcador da I Liga em 1994/95 pelo Farense, Hassan Nader distingue a forma do avançado espanhol Samu, com 11 golos em 12 desafios desde a transferência do Atlético da Madrid para os ‘dragões’, do ponta de lança grego Vangelis Pavlidis, que foi contratado pelas ‘águias’ aos neerlandeses do AZ Alkmaar e leva cinco tentos em 15 partidas.

“Há jogadores que podem ser bons nas suas antigas equipas, mas, quando chegam a clubes como o Benfica, em que a pressão é grande e a adaptação pode custar mais ou menos, temos de dar um pouco mais de tempo. Com os jogos e o ambiente na Luz, o Pavlidis vai melhorar muito. Os avançados vivem dos golos e é importante que ele marque para ganhar cada vez mais confiança e integrar-se muito melhor no plantel”, finalizou.