O FC Porto terminou na terceira posição a I Liga de futebol 2023/24 e protagonizou a pior das sete temporadas sob orientação de Sérgio Conceição, encimada pela histórica transição presidencial de Pinto da Costa para André Villas-Boas.

Depois de ter intercalado três títulos de campeão nacional (2017/18, 2019/20 e 2021/22) com outros tantos segundos lugares (2018/19, 2020/21 e 2022/23), os ‘azuis e brancos’ terminaram pela primeira vez no último lugar do pódio desde a chegada do ex-internacional português, que é o treinador com mais partidas, vitórias e troféus do clube.

O FC Porto ficou distante do 31.º título, ao contabilizar 72 pontos, 18 abaixo do campeão nacional Sporting e a oito do Benfica, segundo, contentando-se com a entrada direta na fase de grupos da Liga Europa, após quatro presenças seguidas na Liga dos Campeões.

Presentes no ‘top 2’ nas últimas sete temporadas, os ‘dragões’ culminaram agora o pódio pela 13.ª vez, e quinta no século XXI, em 90 participações na elite, detendo o pior registo pontual e concretizador (63 golos marcados) desde 2013/14, última edição a 16 equipas.

A equipa de Sérgio Conceição entrou sem convencer e ‘arrancou’ oito pontos em largos períodos de descontos nas jornadas iniciais, entre três de cinco êxitos tangenciais e um polémico empate em casa com o Arouca (1-1, na quarta), que chegou ao minuto 90+19.

A liderança partilhada com o Sporting seria quebrada à sétima jornada, quando o Benfica capitalizou cerca de 80 minutos contra 10 jogadores, face à expulsão de Fábio Cardoso, para ganhar o clássico na Luz (1-0), após já ter derrotado o FC Porto na Supertaça (2-0).

Os ‘dragões’ agudizaram distâncias e dúvidas na derrota caseira com o Estoril Praia (0-1, na 10.ª), ‘carrasco’ na Taça da Liga, mas ainda ‘anulariam um atraso de seis pontos antes da ida a Alvalade, onde desceram em definitivo para o terceiro lugar (2-0, na 13.ª).

A igualdade no Bessa com o Boavista (1-1, na 16.ª) precederia uma mudança de ‘4-4-2’ para ‘4-3-3’ na transição para 2024, aprimorando uma dinâmica ainda sedenta de Otávio, transferido em agosto para os sauditas do Al Nassr.

Se o reforço Nico González e o regressado Francisco Conceição afirmaram-se no ‘onze’, Pepê derivou das alas para o ‘miolo’ e municiou alguns dos 12 tentos de Evanilson, que compensou a quebra de Taremi, autor de seis, após ter sido ‘artilheiro’ da I Liga anterior.

Pecando pela irregularidade, o FC Porto nunca passou das três vitórias seguidas, sofreu mais sete deslizes e teve nove expulsões, parecendo acusar os reflexos de uma agitada campanha eleitoral, que levou à expressiva vitória do ex-treinador ‘azul e branco’ André Villas-Boas sobre Pinto da Costa, presidente há 42 anos e 15 mandatos, em 27 de abril.

Os ‘dragões’ limitaram-se, desde então, a confirmar o terceiro posto com uma vitória em Braga (0-1, na última ronda) e vão tentar o único troféu de 2023/24 no domingo, quando lutarem pela terceira conquista seguida da Taça de Portugal face ao Sporting, no Jamor.