O regresso de Jorge Jesus, treinador tricampeão pelo clube e o investimento no plantel prometiam muito, mas a época 2020/21 na I Liga de futebol deixou o Benfica no terceiro lugar, o pior desde há 12 anos.

Ao contrário da sua estreia nas ‘águias’, quando em 2009/10 prometeu jogar o dobro e ser campeão, as palavras do treinador, de que iria “arrasar” ou “jogar o triplo” não acompanharam, desta vez, os resultados em campo, muito pelo contrário.

Com muitos e novos jogadores, num avultado investimento no plantel, na ordem dos 100 milhões de euros, a época do Benfica divide-se em primeira e segunda voltas, com uma primeira muito aquém das expectativas e uma segunda em que foi o melhor pontualmente.

À Luz chegaram vários internacionais, casos do uruguaio Darwin Núñez (24 ME), do argentino Otamendi (15 ME), do brasileiro Everton (20 ME), do alemão Waldschmidt (15 ME), ou do também brasileiro Gilberto (3 ME), que fizeram crescer a despesa.

Em contraponto, saiu o internacional português Rúben Dias, vendido ao Manchester City (68 ME), num setor defensivo a que também chegou o belga Vertonghen, e, em fevereiro, o brasileiro Lucas Veríssimo.

Com várias mudanças, a equipa, já depois de falhar a entrada na ‘Champions’, ‘aguentou-se’ na frente do campeonato até à quinta jornada, após a qual foi surpreendida por duas derrotas consecutivas, com Boavista (3-0 fora) e Sporting de Braga (3-2 em casa).

Desaires que a tiraram da liderança, mas com uma diferença 'superável' de pontos para o líder Sporting, o que apenas mudaria abruptamente – passou de dois pontos de desvantagem para 11 -, entre janeiro a fevereiro.

Entre dezembro e fevereiro, os ‘encarnados’ tiveram 17 jogadores infetados com o novo coronavírus, depois de em novembro já terem tido Weigl, Darwin e Taraabt, num cenário que afetou os jogos com o Santa Clara (1-1), Nacional (1-1) e Sporting (1-0).

As 'águias' chegaram a ter Diogo Gonçalves, Everton, Waldschmidt, Gilberto, Vertonghen, Grimaldo, Nuno Tavares, Otamendi, Helton, Vlachodimos e Everton com resultados positivos com diferença de dias, colocando a equipa quase sem titulares diante do Nacional, que se recusou a adiar o jogo da 15.ª ronda.

Jorge Jesus haveria ainda de, juntamente com o extremo Everton, falhar a ida a Alvalade, com o técnico a justificar que “a covid-19 arrasou o Benfica”, depois de passar de dois pontos de atraso para nove (da 12.ª à 16.ª jornadas).

Um contexto difícil, mas que, mesmo assim, não explica outras derrapagens, já a fechar a primeira volta, no empate em casa com o Vitória de Guimarães (0-0), ou a abrir a segunda metade, nos empates fora com Moreirense (1-1) e Farense (0-0).

A visita a Faro, em fevereiro, à 20.ª jornada, colocou o Benfica a ‘enormes’ 15 pontos do Sporting, uma montanha difícil de escalar no último terço do campeonato, em que o segundo lugar, de acesso direto à 'Champions', passou a ser um objetivo, também ele falhado, com a inesperada derrota diante do Gil Vicente (27.º) e o empate em casa com o FC Porto (31.ª).