O Desportivo das Aves vai recorrer num prazo de cinco dias úteis ao impedimento de se inscrever nas competições profissionais, ditado hoje pela Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

“É a decisão esperada, porque sabíamos que nos faltavam alguns pressupostos. No entanto, também se dizia que o Desportivo das Aves não ia jogar com o Benfica e o Portimonense e lá fomos. Vamos aguardar. Os advogados estão a trabalhar e isto pode ser reversível”, admitiu à agência Lusa o presidente da direção do clube, António Freitas.

O Desportivo das Aves e o Vitória de Setúbal reprovaram os processos de licenciamento rumo à próxima temporada, tendo os nortenhos, que terminaram a I Liga na 18.ª e última posição, com 17 pontos, outros tantos abaixo da zona de salvação, e a despromoção consumada desde 29 de junho, infringido 3 pressupostos legais e 13 critérios financeiros.

Em causa está o incumprimento de “inexistência de dívidas a sociedades desportivas, jogadores, treinadores e funcionários”, da “regularidade da situação contributiva perante a Autoridade Tributária e a Segurança Social” ou do “compromisso de entrega das contas”, conforme indica o comunicado emitido pelo organismo presidido por Pedro Proença.

“Nós metemos um Processo Especial de Revitalização (PER) em tribunal. A qualquer momento o juiz pode despachá-lo e isso altera muita coisa. A partir de hoje temos cinco dias úteis para tentar, dentro da legalidade, colocar este processo em ordem, de forma a que o Desportivo das Aves possa estar no futebol profissional”, apontou António Freitas.

A decisão é passível de recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, sendo que a administração da SAD liderada pelo Wei Zhao acumula três meses seguidos de salários em atraso, responsáveis por 10 rescisões unilaterais de atletas, e conta com “total disponibilidade e colaboração” por parte do clube.

“Neste momento tenho falado normalmente com o presidente da SAD e estamos unidos para conseguir ultrapassar todos os problemas. Eu não confundo as coisas e não estou de costas viradas com ele. Parece que a administração tem investidores. Se ficarmos na II Liga, eu também tenho investidores interessados e, sobretudo, idóneos”, assegurou.

Em 21 de julho, a direção de António Freitas, recém-eleito em 27 de junho rumo ao biénio 2020-2022, apresentou uma no Tribunal da Comarca de Santo Tirso, a requerer a destituição dos órgãos sociais da SAD do Desportivo das Aves, que tenta negociar com os 32 credores a reestruturação de todas as dívidas num único plano de pagamento.

Assim, a Liga de clubes convidou o Portimonense, que tinha sido 17.º posicionado e despromovido, a manter-se na I Liga e o Cova da Piedade e o Casa Pia a manterem-se na II Liga, depois de terem sido despromovidos administrativamente, com o cancelamento do segundo escalão, devido à covid-19.

Cova da Piedade e Casa Pia terão de apresentar candidatura ao ingresso nas provas profissionais, com a II Liga a registar já 14 candidaturas admitidas, além de duas equipas B (Benfica e FC Porto), faltando, para os 18 elementos que compõem a competição, os dois clubes que poderão reingressar.

Na lista consta o Vizela e o Arouca, que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) indicou à subida, após o abandono do Campeonato de Portugal devido à pandemia de covid-19, uma decisão que o Tribunal Arbitral do Desporto decidiu, desde então, suspender.

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