"Ataques ganham jogos, defesas ganham campeonatos", é uma daquelas máximas do mundo do futebol que pode explicar também a campanha do Benfica, clube que está à beira de se sagrar campeão nacional.

Conciliar a defesa menos batida com o ataque mais concretizador é meio caminho andado para chegar no final e fazer a festa. Este é o caso do Benfica que só precisa de empatar com o despromovido Santa Clara na Luz (desde que o FC Porto não vença o Vitória de Guimarães por… 12-0) para dar luz e cor ao domínio que exerceu na edição 2022/23 da I Liga.

Faltando um jogo para terminar a I Liga, o Benfica tem o ataque mais concretizador da I Liga, com 79 golos marcados (2,4 por jogo) e apenas 20 sofridos (0,60 por jogo). As águias têm mais sete golos marcados que o SC Braga, o segundo melhor ataque, e menos dois golos sofridos que o FC Porto, a segunda melhor defesa.

Entre goleadas e serviços mínimos

Os encarnados ficaram em branco em apenas três partidas do campeonato, todos eles disputados longe do Estádio da Luz, e das quais resultaram um empate e duas derrotas. Depois de sete jornadas sempre a marcar, o Benfica foi a Guimarães, acabando por empatar a zero diante dos vimaranenses.

Novo jogo a zeros registou-se à 14ª jornada em nova visita ao Minho. Em Braga, os comandados de Roger Schmidt saíram vergados a uma pesada derrota por 3-0, a mais volumosa da época. A maior surpresa deu-se na 28ª ronda quando o Benfica rumou a Trás-os-Montes para defrontar o Desportivo de Chaves, acabando por perder por 1-0 já nos últimos minutos.

Exceção feita a estes três jogos, a equipa da Luz marcou pelo menos um golo em todos os restantes encontros, tendo faturado em todas as partidas jogadas em casa. No total foram 45 golos marcados no Estádio da Luz, contra apenas 34 apontados fora de portas em 33 jogos.

Um Benfica sob a batuta de um Super Mário e de um Ramos de golos

Quando se fala no lado ofensivo do Benfica, é difícil não mencionar dois nomes:  Gonçalo Ramos e João Mário. Os dois marcaram 35 dos 79 golos do Benfica até a 33 ronda, ou seja, 44,3% do registo ofensivo da equipa.

Para se ter uma ideia da importância desta dupla, vamos olhar para o número de pontos ganhos com os seus golos: 61 dos 80 pontos amealhados até esta altura pelas águias foram conquistados com a contribuição da sua veia goleadora . São 76% dos pontos do Benfica com o cunho da dupla Ramos/Mário.

Um defesa de betão

A liderança do Benfica se explica e muito na sua solidez defensiva. Nos 33 jogos já disputados na prova,  as águias mantiveram a sua baliza inviolável em 20 ocasiões. Nos restantes 13 jogos, apenas por uma vez (3-0 em Braga) a defesa encarnada permitiu mais de dois golos.

E mesmo quando sofreu golos, o Benfica não permitiu que tivessem tanto impacto no desfecho final. Dos 20 golos sofridos no campeonato, apenas 10 foram consentidos nos jogos em que a equipa encarnada não venceu.