Sétima vitória consecutiva na Liga, 27.ª vitória de Bruno Lage na prova em 29 jogos, liderança isolada e pressão sobre FC Porto e Famalicão. O Benfica fez o seu trabalho frente ao Rio Ave num jogo desbloqueado num lance de bola parada. Pizzi voltou a marcar, Cervi foi dos melhores, num Benfica que está em crescendo a nível exibicional. Os primeiros 20 minutos dos vila-condenses prometiam muito mas não passaram disso mesmo: promessa. Em 90 minutos, nenhum remate à baliza e apenas dois no total, todos na primeira parte. Assim é impossível vencer.

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O Jogo: Promessa não cumprida pelo Rio Ave contra a eficácia 'encarnada'

Os primeiros 20 minutos do Rio Ave na Luz merecem elogios. A forma tranquila, calma, organizada e criteriosa como os vila-condenses construíam jogo e ultrapassavam a pressão do Benfica é de realçar. Com dois homens no meio e uma defesa sempre a tentar não deixar espaço nas costas para passes em profundidade, o Benfica via o Rio Ave passar com muita facilidade a primeira zona de pressão.

Destaque aqui para o 'cerebral' Filipe Augusto, o organizador, o homem que manobrava quase tudo a meio-campo, sempre ajudado por Tarantini, Jambor e Nuno Santos. A qualidade técnica ia fazendo a diferença mas... falta o resto. É verdade que nesses 20 minutos de domínio, houve uma excelente iniciativa de Gabrielzinho que Odysseas teve de travar com coragem e um remate de Tarantini para fora após boa jogada de Nuno Santos. O mesmo Nuno Santos que atirou ao poste, já depois do 1-0 do Benfica.

A 'manta' era curta e não dava para tudo. O Benfica cresceu, desbloqueou o jogo numa bola parada (assistência de Pizzi, cabeçada de Rúben Dias após canto aos 32 minutos) e tomou conta da partida, até porque o Rio Ave passou a ter dificuldade em ligar o jogo como vinha a fazer, muito por culpa da inferioridade física de Taremi, lesionado desde os 12 minutos. O iraniano ficou em campo até o intervalo mas não procurava a profundidade nem ia no choque com os defesas.

O crescimento do Benfica, empurrado por mais de 53 mil espectadores que disseram 'presente' na Luz, foi a 'morte' do Rio Ave. Apesar das mudanças no segundo tempo, a equipa de Carvalhal terminou o jogo com apenas dois remates, todos para fora, ou seja, nenhum tiro enquadrado com a baliza. Lage terminou a fazer gestão, num jogo onde teve Ferro, Florentino e Pizzi de regresso, nos lugares de Jardel, Samaris e Gedson, jogadores titulares na passada quarta-feira frente ao Portimonense.

O Benfica, que apenas tinha enquadrado dois dos seus sete remates no primeiro tempo, duplicou os remates à baliza, fez mais um golo (centro de Cervi, golo de Pizzi), terminou com 20 remates mas apenas quatro na direção da baliza (os dois que não deram golo foram de Cervi, para duas grandes defesas de Kieszek). Com o 2-0 cedo, logo aos 50 minutos, o Benfica entrou em modo gestão, embora estivesse sempre à procura do terceiro golo. Houve grandes combinações atacantes, pormenores que animaram a plateia, futebol apoiado mas muita atrapalhação na hora de definir as jogadas.

Foi a 11.ª primeira vitória seguida em casa frente aos vila-condenses, numa uma exibição sólida do Benfica, depois dos 20 primeiros minutos do Rio Ave. Liderança isolada e pressão nos que vem atrás: FC Porto e Famalicão.

Momento-chave: Rúben Dias 'acalma' o Benfica

Corria o minuto 32, depois de um primeiro lance após canto, quando Rúben Dias saltou, solto de marcação, e fez o 1-0, de cabeça. Era o segundo remate enquadrado do Benfica, que assim conseguia 'respirar' e passar para a frente do marcador, depois de 20 minutos onde só deu Rio Ave.

Os Melhores: Pizzi desequilibrou os bons primeiros 20 minutos do Rio Ave

Pizzi marcou o seu sétimo golo este ano na I Liga, o 12.º da época, além de ter feito uma assistência. Mesmo sem deslumbrar, foi desequilibrador. Esteve quatro jogos sem marcar (último golo tinha sido a 14 de setembro, ao Gil Vicente).

Cervi justificou a titularidade com uma assistência, seis remates, dois deles a pôr à prova Kieszek. Atacou e defendeu e parece ter ganho o lugar

Enquanto teve forças, Nuno Santos foi dos melhores do Rio Ave. Deu muito trabalho a André Almeida, atirou uma bola ao poste mas acabou por não ter acompanhamento devido no seu corredor.

Os Piores: relvado da Luz continua a preocupar, ataque do Rio Ave deixou a desejar

O relvado da Luz será substituído depois do jogo em casa com o Santa Clara, antes da pausa para as seleções. O 'tapete verde' do Estádio tem sido uma dor de cabeça para o Benfica e já foi o culpado de duas lesões graves nos jogadores 'encarnados' (Rafa e Chiquinho). A bola não circula de forma regular como gosta as equipas que privilegiam o passe curto e os vários bocados de relva que vão sendo levantados pelo esforço dos jogadores acaba muitas vezes por estragar os planos, em situações de receção mas também de passe.

Carlos Carvalhal justificou a queda do Rio Ave com a lesão de Taremi e pelo facto de não poder contar com Bruno Moreira, o outro ponta-de-lança titular da equipa. Para quem prometia muito e conseguia facilmente bater a linha de pressão do Benfica, principalmente no primeiro tempo, pedia-se mais presença no último terço para finalizar as jogadas, coisa que o Rio Ave não foi capaz. Apenas dois remates em todo o jogo e nenhum deles enquadrado com a baliza é muito pouco.

Reações: Carvalhal fala em 'falta de cereja no bolo', Lage destaca primeiro golo

Carlos Carvalhal: "Foi uma justa vitória do Benfica"

Tarantini: "Precisamos de olhar para a falta de eficácia que temos tido nos últimos jogos"

Bruno Lage: "A partir do golo as coisas ficaram a nosso favor. Fico feliz com a exibição"

Rúben Dias e os 100 jogos pelo Benfica: "Nem nos meus melhores sonhos"

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