Na ressaca da pesada derrota europeia com o Manchester City e também a lidar com as consequências do 'clássico' da jornada anterior com o FC Porto, que afastou quatro jogadores deste encontro, o Sporting reencontrou-se com os triunfos ao bater o Estoril por 3-0 em Alvalade. Acabou por ser uma vitória tranquila e folgada dos leões, num jogo em que, ainda assim, não mostraram (longe disso) o brilhantismo e a imponência de outros encontros.

A equipa de Rúben Amorim foi, sobretudo, eficaz e perspicaz. Já lá iam 40 minutos de jogo e lances de verdadeiro perigo, até então, nem vê-los quando o Sporting abriu o marcador. A turma leonina concretizou a primeira oportunidade clara de que dispôs ao tirar partido - graças ao oportunismo de Pedro Gonçalves - de uma má abordagem do guarda-redes adversário.

Depois, na segunda parte, em que voltou a entrar lenta, sem criar lances de grande perigo, soube também tirar partido da superioridade numérica com que se viu a partir do minuto 64 para marcar mais dois golos - ambos bem bonitos, assinados por Matheus Reis e Pablo Sarabia - e somar assim uma vitória que acabou por ser relativamente tranquila.

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O jogo: vitória folgada para um Sporting a meio gás

Amorim não 'inventou' e apostou nos substitutos naturais Luís Neto e Ugarte para colmatar as ausências dos habituais titulares Coates e Palhinha (também Esgaio e Tabata ficaram de fora por castigo). Exceção feita a essas duas mexidas, o onze verde e branco foi o habitual, com Matheus Reis (que continua em grande forma) a fazer o corredor esquerdo e Feddal a atuar no centro da defesa.

Apesar disso, o Sporting não entrou verdadeiramente dominador e quando, aos poucos, esse domínio se começou a acentuar, também não conseguiu criar perigo. Até que surgiu o tal lance do primeiro golo, já aos 40 minutos, com Sarabia a rematar rasteiro, de pé esquerdo, Dani Figueira a defender mas a não conseguir segurar a bola e Pedro Gonçalves, pleno de oportunismo, a abrir o marcador, trazendo alguma calma aos mais de 35 mil espectadores presentes em Alvalade.

Em desvantagem, o Estoril - e face a um Sporting que continuava a não sufocar - procurou ser mais afoito no arranque do segundo tempo e chegou mais vezes junto da grande área leonina no primeiro quarto de hora da segunda parte sem, contudo, conseguir importunar António Adán. Até que novo erro - este ainda mais imperdoável do que o de Dani Figueira no lance do primeiro golo - viria a condenar em definitivo o Estoril à derrota. Três minutos depois de entrar no jogo, Raúl Silva teve uma entrada despropositada sobre Pedro Porro e, por alerta do VAR, acabou expulso.

Em superioridade numérica, o Sporting não se fez rogado e marcou por mais duas vezes. O segundo golo chegou menos de dez minutos depois, no seguimento de uma excelente jogada coletiva, culminada com toque de calcanhar de Paulinho e bonita finalização de Matheus Reis. O terceiro chegou a nove minutos dos 90, num remate espetacular de Pablo Sarabia, que recebeu a bola do recém-entrado Slimani ainda longe da entrada da grande área do Estoril, ajeitou o esférico e atirou em arco, forte e colocado, a meia altura, para um grande golo, fechando o resultado.

O momento: expulsão acabou com as dúvidas

O Estoril não criava perigo mas, com o Sporting a vencer por apenas 1-0 e sem conseguir ser verdadeiramente 'mandão' no jogo, os canarinhos prometiam fazer por acreditar até ao fim numa surpresa em Alvalade. Só que Raúl Silva, que tinha saltado do banco aos 60 minutos para fazer a sua estreia pela formação da Linha de Cascais, acabou expulso aos 64 com o vermelho direto depois de entrada dura sobre Porro. O árbitro foi alertado pelo VAR, viu as imagens, deu ordem de saída ao jogador e os visitantes não mais pareceram capazes de perigar o triunfo leonino.

O melhor: um espanhol que é pura classe e um brasileiro que continua a surpreender

Pablo Sarabia continua a mostrar toda a sua classe, provando estar um nível acima da maioria dos jogadores que pontificam na I Liga. Foi, uma vez mais, preponderante na vitória do Sporting: foi de um remate seu que nasceu o primeiro golo e selou depois ele mesmo a vitória com um golo fantástico. Mas há que deixar também uma menção honrosa para Matheus Reis: desta feita a jogar como ala esquerdo, o brasileiro - outrora 'patinho feio' em Alvalade - fez o gosto ao pé, coroando assim com chave de ouro mais uma boa exibição e dando seguimento à excelente temporada que está a realizar.

O pior: uma estreia para esquecer no Estoril e um Sporting demasiado inoperante durante demasiados minutos

Pior era impossível. Emprestado pelo SC Braga ao Estoril em cima do fecho do mercado de inverno, Raúl Silva teve, enfim, direito à sua estreia com a camisola dos canarinhos. Só que essa estreia durou...menos de quatro minutos. O defesa brasileiro entrou ao minuto 60 para o lugar de Ferraresi e aos 64 teve uma entrada dura sobre Pedro Porro, acabando por ser expulso e prejudicando irremediavelmente a sua equipa. Agradeceu o Sporting, num jogo em que mostrou dificuldade em criar lances de verdadeiro perigo enquanto o jogo esteve 11 contra 11 (o único terá sido o do primeiro golo).

As reações

- Rúben Amorim dedica vitória aos adeptos. Matheus Reis recorda o clássico: "Fui agredido"
- Bruno Pinheiro e Joãozinho admitem que expulsão foi determinante: "Enquanto esteve 11 contra 11..."

O resumo