O desaire pesado frente ao Feyenoord fez o Benfica de Bruno Lage descer à terra, mas as águias voltaram a voar com o triunfo gordo frente ao Rio Ave (5-0), em partida a contar para a 9.ª jornada da I Liga.
O resultado frente aos neerlandeses merecia e mereceu certamente análise profunda por parte da equipa técnica. Faltou atitude, capacidade de criação, armas para lidar com um adversário que se mostrou muito difícil de desmontar. A resposta teria que ser dada logo ao virar da esquina, quatro dias depois, no mesmo palco, no sempre exigente tribunal da Luz. O Rio Ave apresentava-se em Lisboa com um registo negativo, já que não vencia na I Liga desde o dia 1 de setembro.
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Lage, em vez de mudar a equipa, optou por mudar os posicionamentos. Em termos de trocas, fez apenas a uma alteração, com a entrada de Niklas Beste para o lugar de Florentino.
O germânico entrou para a posição de extremo esquerdo, já Aktürkoglu assumiu a posição de segundo avançado, atrás de Pavlidis que era a referência ofensiva.
Com este posicionamento, Kokçu recuou no terreno, juntando-se a Aursnes. Esta mudança de dinâmica deu os seus frutos desde o primeiro minuto, mesmo com o 'cerco' montado pelo Rio Ave no momento ofensivo, com centrais compactos e uma linha de cinco lá atrás. As 'muralhas' foram tomadas de assalto logo à passagem do minuto 12´.
Di María descobriu Aursnes, o norueguês cruzou rasteiro, Pavlidis falhou a emenda, e Aktürkoglu pleno de oportunidade fez o primeiro da partida. Com a defensiva rioavense mais preocupada com Pavlidis, que era a referência no ataque, Aktürkoglu, que aparecia em todo o lado, tanto pelo meio, como pela esquerda, ia trocando as voltas às marcações adversárias. O grego Pavlidis ia abrindo espaços, mas voltou a não se encontrar com o golo, sem resposta, até ao momento, para a fome goleadora dos ponta de lanças dos rivais, falando logicamente de Gyokeres e Samú.
Mas a inspiração era coletiva, com Aursnes e Di María a aparecerem em grande nível, fulcrais para a dinâmica atacante dos encarnados. O 2-0 surgiu num lance pleno de oportunidade, em que Aktürkoglu se impôs nas alturas, após uma solicitação do argentino, com o guardião dos rioavenses a ficar mal na fotografia.
Asfixiado lá atrás pela pressão encarnada, o Rio Ave não se conseguia soltar da pressão. Por vezes uma aproximação no último terço, ou um lance de perigo, retira moral ao adversário, mas não foi isso que sucedeu. Cada ataque do Benfica significava ameaça de um possível tento. Tiknaz negou autenticamente o terceiro, ao tirar 'in extremis' a bola da linha, depois de uma finalização de Di María. O coletivo das águias fluía e extasiava o público. E quando a Luz empurra, a equipa acompanha. Na sequência de um lance de ineficácia por parte de Pavlidis, Aktürkoglu deu o exemplo e finalizou para o fundo das redes, numa assistência do argentino.
O que terá dito Luís Freire ao intervalo aos seus jogadores? O Poderia fazer para mudar o rumo dos acontecimentos? A abrir a segunda parte fez duas alterações, com as entradas de Pohlmann e João Graça. Mas só restava ao conjunto rioavense tentar conter os danos. A noite era das águias, e a Luz queria mais. Lage refrescava e lançava Arthur Cabral e Amdouni. Mais tarde, entrariam Schjelderup e Renato Sanches, numa espécie de 'lembrete' sobre as soluções que tem este Benfica. As mudanças surtiram efeito, e o Benfica ligou novamente o 'carburador'. O brasileiro entrou com tudo, mas foram Schjelderup e Amdouni a fixarem o marcador em 5-0.
Momento
O golo que chegou madrugador, logo à passagem do minuto 12´. Que melhor poderia acontecer a uma equipa que vinha de uma derrota pesarosa na Europa do que marcar cedo e entusiasmar os adeptos. O primeiro de Aktürkoglu lançou o Benfica para um resultado e exibição robustas que permitem fazer as pazes com os adeptos.
Melhores
Aktürkoglu
Quem mais? Aktürkoglu já poderia mudar o nome para Aktürkogolo. O turco finaliza com simplicidade, facilidade e tem faro pelo golo. Marcou um impressionante hat-trick, aos 12, 16 e 47 minutos.
Pavlidis
Laborioso em campo, teima em não se encontrar com o momento da finalização, ao contrário do seu colega, também contratado este ano, Aktürkoglu. Por vezes até demonstra inaptidão nalguns lances. Será falta de confiança? O tempo o dirá. Abriu espaços para os colegas, mas não chega, começa a ter o lugar em risco.
Arthur Cabral, Amdouni e Schjelderup
Na Luz, muitos já defendem que Amdouni deveria ser o titular perante a inoperância de Pavlidis. O suíço entrou e marcou. O mesmo aconteceu com o norueguês que chegou ao primeiro golo de águia ao peito pela equipa principal. Já Arthur Cabral não abanou as redes, mas a atitude esteve lá. A decisão está agora do lado do treinador do Benfica.
Cezary Miszta
Falhou no segundo golo de Aktürkoglu, mas se não fosse a sua ação, porventura o Rio Ave teria saído da Luz com um resultado ainda mais dilatado. Ficou na retina uma defesa portentosa a remate de Arthur Cabral.
Reações
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