O Benfica vai passar a Páscoa na liderança da Liga, depois de vencer o Vitória de Guimarães por 2-0, em jogo da 28.ª ronda da I Liga. Os 'encarnados' voltaram a estar pouco inspirados, mas quem está 'armado' de 'Jonas Pistolas' pode 'disparar' a qualquer instante. O brasileiro está a ter uma época de sonho em Portugal.

O jogo: Benfica foi melhor em... 4-2-2

Rui Vitória pode ter levado a melhor sobre José Peseiro, mas teve de suar para dar a volta a estratégia do técnico dos minhotos. O ataque móvel dos 'Conquistadores' foi uma 'dor de cabeça' constante para os defesas do Benfica. Sturgeon, Heldon e Raphinha conseguiam, sozinhos, dar trabalho aos defensores 'encarnados', tirando partido da sua velocidade. O bloco baixo dos minhotos, numa equipa que sabe jogar sair com bola, com qualidade (Matheus a comandar o meio-campo), tirava espaço aos 'encarnados', que não conseguiu desequilibrar nem pelas alas nem pelo meio.

O ataque do Benfica no primeiro tempo resumia-se a um remate de Pizzi para fora uma 'carambola' de Miguel Silva nas pernas de Rafa que quase dava golo. A vantagem ao intervalo, através da grande penalidade convertida por Jonas, não era tanto mérito do Benfica, mas apenas ... sorte. A tal sorte que os entendidos dizem que protege os campeões.

Foi preciso algo de diferente no jogo e aí, Rui Vitória foi melhor. Lançou na máquina um 'corpo estranho' chamado Raul Jiménez, desfez o tão elogiado 4-3-3 e voltou às origens, com o 4-4-2, soltando Jonas mais para a zona do meio-campo e desfazendo os pares que até aí iam 'dançando' no relvado da Luz. Isto porque a entrada do mexicano obrigou Peseiro a mexer no seu 'xadrez' (já não tinha Wakaso em campo), puxando Rafael Miranda mais perto dos centrais.

Com mais homens no ataque e menos defensores do lado minhoto, o Benfica criou uma sucessão de lances de perigo, que culminaram no 2-0, num lance de génio de Raul Jiménez que cruzou de letra para Jonas bisar. Uma boa jogada, que deixava os minhotos praticamente fora de combate. E quando pareciam ter forças, apareceu Bruno Varela a negar o golo em duas ocasiões, com duas boas defesas.

A ideia de Peseiro era boa, ia resultando, mas falta-lhe ainda mais tempo de trabalho para poder colocar os minhotos noutra dimensão. O Benfica vence, mesmo sem brilho, pelo que vai passar a Páscoa na liderança da Liga, ficando à espera do que faz o FC Porto na segunda-feira, quando defrontar o Belenenses no Restelo. Para já, Rui Vitória vê um concorrente mais longe e pode concentrar-se apenas em passar a equipa de Conceição. A derrota do Sporting em Braga parece ter deixado a luta pelo título entregue à 'águias' e 'dragões'.

Momento-chave: Estratégia de Peseiro tramado pela mão de João Aurélio

O Vitória de Guimarães tinha conseguido anular as principais peças do Benfica e até tinha criado alguns lances de perigo. Mas aos 45 minutos a estratégia de Peseiro foi por 'água abaixo'. Após canto dos 'encarnados', a bola foi a mão de João Aurélio. Carlos Xistra começou por marcar canto, mas, alertado pelo VAR, foi ver as imagens, mudou a decisão e marcou grande penalidade que Jonas converteu.

Polémica: VAR anula golo ao Vitória na 1ª parte

O vídeo-árbitro teve muito trabalho na Luz. Na primeira parte foi chamado a intervir para confirmar fora-de-jogo no golo (bem) anulado ao Vitória de Guimarães. E já a terminar o primeiro tempo, alertou Xistra para a mão e consequente penálti de João Aurélio que Jonas converteu.

Os melhores: Jogas diz 33 em tarde de recordes

Jonas é golos e golos é com Jonas. Chegou aos 33 esta época na Liga, igualou a sua melhor época de sempre na Europa e bateu o recorde de golos numa única temporada na Liga. E ainda lhe falta seis jogos. Quando a equipa precisa dele, o 'Pistolas' nunca falha.
Raphinha foi o melhor dos minhotos. Foi uma 'seta' apontada à baliza do Benfica e só não marcou porque Bruno Varela assim não quis. Ainda meteu a bola na baliza, mas o VAR anulou o golo por fora-de-jogo de Jubal.

Os piores: faltou mais atrevimento ao Vitória

José Peseiro lamentou o facto de o Vitória de Guimarães não estar a atravessar uma boa fase e, por isso, não ter arriscado mais. Porque o que ficou patente, principalmente no primeiro tempo, é que, se a equipa tivesse arriscado mais e chegar com mais homens na zona de finalização, poderia ter feito estragos. O ataque esteve sempre entregue a três jogadores, faltando sempre a chegada de um ou dois médios na zona de finalização.

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