O escalão principal do futebol português vai continuar a jogar-se, sobretudo, no litoral norte em 2022/23.

A grande novidade passa pelo regresso de uma equipa de Trás-os-Montes, o GD Chaves, que assim garante interior norte um representante. Porém, no que ao interior do país diz respeito, a Beira Alta vê-se, esta temporada, sem representantes, depois da descida do Tondela ao segundo escalão, ao fim de sete épocas na I Liga.

A sul do Mondego, apenas cinco equipas

Um olhar para a distribuição dos 18 clubes pelo mapa de Portugal mostra, efetivamente, uma diferença significativa entre clubes a norte e a sul.

Dividindo o país pelo rio Mondego (e excluindo os insulares Marítimo e Santa Clara), verificamos que acima temos onze clubes e abaixo menos de metade: apenas cinco (Sporting, Benfica, Estoril, o recém-promovido Casa Pia e Portimonense).

Veja a distribuição das equipas da I Liga 22/23 pelo mapa

Braga é o distrito mais representado, Lisboa e Porto mantém quatro clubes cada

Olhando distrito a distrito, Braga (mesmo tendo perdido o Moreirense) continua a ser o mais representado com nada mais, nada menos do que cinco clubes: SC Braga, V.Guimarães, Vizela, Famalicão e Gil Vicente.

Seguem-se o Porto, que mantém os mesmos quatro (FC Porto, Boavista, Paços de Ferreira e Rio Ave) e Lisboa, que também segue com quatro: mantém Sporting, Benfica e Estoril e, tendo perdido o BSAD, 'ganhou' o Casa Pia.

Faro (Portimonense), Vila Real (GD Chaves), Aveiro (Arouca), Região Autónoma da Madeira (Marítimo) e Região Autónoma dos Açores (Santa Clara) contam com um clube

Alentejo, Ribatejo e Beira Baixa há muito sem representantes e dois resistentes insulares

Quer isto dizer que há 12 distritos sem qualquer representante: Bragança, Viana do Castelo, Viseu, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Guarda, Santarém, Setúbal, Portalegre, Évora e Beja.

O Alentejo segue assim sem representantes pela 22.ª temporada consecutiva (desde a descida do Campomeiorense em 2000/01), enquanto o Ribatejo vai para a 19.ª temporada (desde a descida do Alverca, em 2003/04). Mas, pior, está a região da Beira Baixa, que não tem uma equipa no escalão principal desde que o Sp.Covilhã deixou o convívio dos grandes pela última vez, em 1987/88.

Esta temporada, para além de Baixo e Alto Alentejo, Ribatejo e Beira Baixa, também Beira Alta, face à despromoção do Tondela, está sem representante.

Sobram as Ilhas da Madeira e dos Açores, que tal como na última temporada mantêm uma representante cada. Os madeirenses já chegaram a contar com três equipas em simultâneo no escalão principal (Marítimo, Nacional e União, o que sucedeu pela última vez há sete anos), enquanto os açorianos vão para a 5.ª temporada seguida com o Santa Clara na I Liga.