O Nottingham Forest tem ainda assim um passado de idas e voltas nas três primeiras divisões inglesas, longe dos tempos em que se sagrou por duas vezes campeão europeu, em 1979 e 1980, e não parecia haver meio de se endireitar e encontrar estabilidade de outros tempos. Até à chegada de Nuno Espírito Santo.
Na época passada, o fantasma da descida de divisão voltou a pairar, com a equipa no 17.º lugar, a cinco pontos acima da zona de despromoção, quando decidiu despedir o até então treinador Steve Cooper, apostando na contratação de Nuno Espírito Santo. O português, que tencionava ter um ano de pausa, foi o principal alvo do dono do clube inglês, que terá ido até ao Porto para convencê-lo a aceitar a proposta. E assim foi.
Quando Nuno Espírito Santo chegou aos 'tricky trees', as perspetivas não eram as melhores. Seis jogadores da equipa (Aina, Kouyaté, Niakhaté, Boly, Aurier e Sangaré) estavam de malas e bagagens para a Taça das Nações Africana (CAN) e pouco depois, em março, o clube perdeu quatro pontos por não cumprir as regras de lucro e sustentabilidade da liga inglesa.
Contudo, o técnico português tornou a equipa bem mais forte na defesa, reduzindo a enorme quantidade de golos sofridos em lances de bola parada, e rápida no contra ataque. O Nottingham Forest foi melhorando e terminou a temporada 2023/24 seis pontos acima da zona de despromoção, evitando o regresso ao Championship.
E esta época, o Forest tem sido a equipa sensação da Premier League: à 10.ª jornada ocupa nada mais, nada menos do que o 3.º lugar. É o seu melhor arranque de temporada desde 1994/95. Em dez jogos, conta com cinco triunfos, quatro empates e uma derrota, somando 14 golos marcados.
Tudo isto graças à permanência do treinador português para mais uma temporada, que pode culminar com uma presença nas competições europeias. A formação de Espírito Santo tornou-se muito forte defensivamente, sendo a segunda equipa que menos golos sofreu na prova (7), só superada pelo Liverpool. É também a oitava equipa que permite menos remates (128).
A nível ofensivo são os segundos a fazerem mais desmarcações (261) e os terceiros a ganharem mais duelos (533). Os tricky trees são a quarta equipa com mais interceções (92) e a sexta que mais bolas recupera (458).
Em termos de posse de bola, os dados não são tão elevados, e é mesmo a terceira formação com a percentagem mais baixa na Premier League (41,27%). No entanto, isso não é uma desvantagem, sabendo depois muito bem o que fazer quando a tem em seu poder.
Adivinha-se uma boa época para o Nottingham Forest, que pode mesmo ser a equipa revelação desta temporada, em Inglaterra. Os adeptos animam-se e é caso para dizer que é obra e graça do (Nuno) Espírito Santo.
Comentários