De 20 de julho a 20 de agosto, Austrália e Nova Zelanda vão ser as capitais do futebol feminino, ao receberem o maior Mundial da história da modalidade, com os Estados Unidos como favoritos ao bicampeonato.

Um total de 32 seleções vão-se dividir em dez estádios em busca do título mundial, ao qual também são candidatas Inglaterra, Alemanha e Espanha.

O Mundial2023 atribuirá a cada uma das 732 futebolistas inscritas um prémio mínimo de 30.000 dólares (cerca de 27.200 euros) e um máximo de 270.000 (245.000 euros) a cada uma das futuras campeãs.

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O aumento dos valores dos prémios mostra o esforço da FIFA para equiparar as condições do futebol feminino com o masculino, uma das grandes lutas das mulheres no desporto.

O torneio começa no dia 20 de julho com dois jogos das seleções anfitriãs: Nova Zelândia contra Noruega, em Auckland, e Austrália contra Irlanda, em Sydney.

Ao longo de um mês, o mundo vai poder acompanhar jogadoras veteranas que chegam ao que pode ser o seu último Mundial, como a brasileira Marta, de 37 anos, e a americana Megan Rapinoe, de 38.

Junto a elas vão se estrear promessas do futebol feminino, como a habilidosa colombiana Lina Caicedo, de 18 anos, contratada pelo Real Madrid.

As favoritas e uma Europa que procura destronar os Estados Unidos

Na nona edição do Mundial, a seleção dos Estados Unidos chega com o recorde de quatro títulos (1991, 1995, 2015 e 2019), uma marca surpreendente, se for considerado que os torneios femininos começaram em 1991.

As americanas desembarcam na Austrália e Nova Zelândia com a expectativa de estender essa hegemonia com a sua quinta conquista.

"Queremos constantemente lutar pelo que está por vir", afirmou recentemente Rapinoe.

Os Estados Unidos apresentam uma equipa que combina a experiência de jogadoras veteranas como a capitã Megan Rapinoe e a avançada Alex Morgan e jovens velozes e habilidosas como Sophia Smith, Trinity Rodman e Alyssa Thompson.

Ainda assim, três seleções europeias surgem como opções para derrubar o domínio americano:

A Inglaterra, com o seu inesperado título no Campeonato da Europa em 2022, tornou-se candidata a chegar à final liderada pela média Keira Walsh, do Barcelona.

A Alemanha, campeã em 2003 e 2007, chega com a base da equipa vice-campeã europeia, mas não poderá contar com as suas estrelas, Giulia Gwinn e Linda Dallmann.

A terceira seleção favorita europeia é a Espanha, que conseguiu reincorporar três das 15 "rebeldes" que tinham renunciado à seleção, e tem Alexia Putellas, eleita melhor jogadora do mundo pela FIFA em 2022.

Portugal parte como outsider, mas quer sonhar na estreia

Foi o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que deu o mote para aquilo que se espera de Portugal nesta estreia em Mundiais:

"Era mau se o vosso espírito não fosse este, que fosse o espírito de ir lá para ver o que dá: 'vamos ver o que dá, vamos lá para representar razoavelmente as cores nacionais, para empatar um jogo e encontrar uma forma simpática de resistir ao impossível' – o vosso espírito é fazer o impossível", incentivou o Chefe de Estado português antes da partida das Navegadoras para a Nova Zelândia.

Se é difícil? É, mas nada impede as comandadas de Francisco Neto em sonhar com algo muito bonito neste Mundial do outro lado do planeta. Com um fuso-horário bem diferente daquele que temos em Portugal, a única oportunidade para os adeptos portugueses poderem apoiar a seleção é serem madrugadores e acordarem sempre por volta das 8h.

Mas vamos voltar ao início do sonho: dia 22 de fevereiro de 2023 no play-off intercontinental na Nova Zelândia. O adversário eram os Camarões e, por cá, a maioria dos portugueses acordava com a notícia de que Portugal se tinha qualificado para o Mundial, depois de uma vitória por 2-1 já na reta final. A festa fazia-se do outro lado do Mundo já depois de, no ano passado, as Navegadoras terem participado pela segunda vez num Campeonato da Europa. Era a prova da afirmação definitiva do futebol feminino português.

Na fase de grupos, duas derrotas e um empate. Curiosamente, um dos adversários foi mesmo os Países Baixos que na altura venceu por 3-2. Agora, as duas formações voltam a encontrar-se na primeira fase do Mundial.

O calendário da Seleção na fase de grupos:

23 de julho: Países Baixos-Portugal (08h30)

27 de julho: Portugal-Vietname (08h30)

1 de agosto: Portugal-Estados Unidos (08h)

Portugal é um claro outsider na competição. Basta olharmos para países como os Estados Unidos, Inglaterra e Espanha. Mas a história do futebol também já nos mostrou que é dos outsiders que por vezes saem as grandes surpresas. Boas notícias? A pressão não está aos ombros das Navegadoras.

As convocadas que vão à luta do sonho:

- Guarda-redes: Rute Costa (Benfica), Inês Pereira (Servette, Sui) e Patrícia Morais (Sporting de Braga).

- Defesas: Ana Seiça (Benfica), Carole Costa (Benfica), Catarina Amado (Benfica), Diana Gomes (Sevilha, Esp), Joana Marchão (Parma, Ita), Lúcia Alves (Benfica) e Sílvia Rebelo (Benfica).

- Médias: Ana Rute (Sporting de Braga), Andreia Norton (Benfica), Andreia Jacinto (Real Sociedad, Esp), Dolores Silva (Sporting de Braga), Fátima Pinto (Alavés, Esp), Francisca 'Kika' Nazareth (Benfica), Tatiana Pinto (Levante, Esp).

- Avançadas: Ana Borges (Sporting), Ana Capeta (Sporting), Carolina Mendes (Sporting de Braga), Diana Silva (Sporting), Jéssica Silva (Benfica) e Telma Encarnação (Marítimo).

Os estádios onde Portugal vai-se tentar apurar para os oitavos de final:

O Mundial de futebol feminino joga-se na Austrália e Nova Zelândia, mas também aqui no SAPO Desporto!