O medo da divulgação de informação privadas e de fotografias durante o Mundial da Rússia fez com que várias seleções reforçassem a segurança dos jogadores para evitar o ataque de hackers.

Em anos anteriores, a preocupação era manter os fotógrafos e jornalistas longe dos jogadores, mas com a evolução da tecnologia e da internet, a principal preocupação dos dias de hoje é contornar os hackers e dificultar-lhes o trabalho.

A seleção australiana é um dos melhores exemplos de cautela. A Federação Australiana de Futebol tem uma rede própria de internet durante a estadia na Rússia para tornar mais difícil o acesso dos hackers aos dispositivos dos jogadores. Todos os jogadores australianos estão proibidos de se conectar a redes de WI-FI não protegidas, por isso mesmo a equipa tem uma VPN (rede virtual privada).

Adam Mark, o responsável de comunicação da Federação, disse à AFP que aconselhou os jogadores “a serem espertos enquanto estão no Mundial, por exemplo ao não se ligarem a redes públicas de WI-FI.”

Também do lado croata, a segurança virtual é uma preocupação. “Não partilhamos nada com os media nem com o público além do que é dito durante as conferências de imprensa”, explicou Tomislav Pacak, responsável de comunicação da Croácia.

Já os jogadores ingleses têm softwares encriptados nos telemóveis e os franceses tiveram conversas com todos os membros da seleção para dar alguns conselhos e recomendações de segurança.

Então e o público?

Com o decorrer do Mundial os jogadores não são os únicos em perigo. Um evento desta magnitude é visto como um evento de risco para o cibercrime e todos devem estar protegidos, mesmo os adeptos.

O NCSC (Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido) e a ANSSI (Agência Nacional de Segurança dos Sistemas de Informação de França) lançaram campanhas durante o Mundial para alertar os adeptos que se deslocam à Rússia, que continuam a ser os alvos mais simples.

A empresa Check Point detetou uma campanha de “phishing” (recuperação de dados pessoas através de um e-mail) num calendário de jogos posto à disposição dos adeptos.

“Os eventos que atraem a atenção popular são vistos pelos cibercriminosos como uma possibilidade de ouro para lançar novas campanhas. Contam que as pessoas tenham menos cuidado ao abrir ficheiros” disse Maya Horowitz, responsáveis de ameaças digitais da Check Point.

Os adeptos foram alertados para evitar ver os jogos em sites de streaming pirateados visto que podem conter malware e para evitar comprar bilhetes em sites não oficiais. Além disso, foi também aconselhado que os visitantes não deixassem telemóveis e computadores nos hotéis, para terem atenção redobrada com os dispositivos móveis e para não se ligarem a redes de internet públicas.