O Paris Saint-Germain foi hoje declarado campeão francês de futebol, vencendo na ‘secretaria’ o seu nono título, que parecia uma inevitabilidade desde o início da época, para ficar a apenas um do ‘rei’ Saint-Étienne.

A pandemia de covid-19 deixou a ‘Ligue 1’ na 28.ª jornada, de 38 previstas, mas a Liga Francesa de Futebol (LFP) atribuiu, ainda assim, o cetro aos parisienses, que, com menos um jogo, lideravam com mais 12 pontos do que o Marselha, de André Villas-Boas.

O Paris Saint-Germain está, assim, a apenas um cetro de subir ao lugar mais alto do ‘ranking’ de vencedores do campeonato gaulês, depois de somar o sétimo título em oito anos, sendo exceção o triunfo do Mónaco, de Leonardo Jardim, em 2016/17.

Com um orçamento e um plantel imensamente superior ao de toda a concorrência, o conjunto comandado pelo alemão Thomas Tuchel, de 46 anos, confirmou, ainda que de forma incompleta, uma supremacia que se anunciava desde o início da prova.

A superioridade do conjunto de Paris, que somou os primeiros títulos em 1985/86 e, com Artur Jorge, em 1993/94, estendeu-se às restantes provas, já que venceu a Supertaça, a abrir (2-1 ao Rennes), e estava nas finais da Taça de França e da Taça da Liga francesa, perante Saint-Étienne e Lyon, respetivamente.

O poderio da melhor equipa gaulesa também se fez sentir na Europa, com o ‘onze’ de Tuchel já apurado para os quartos de final da Liga dos Campeões, prova suspensa pelo novo coronavírus, depois de deixar pelo caminho o Borussia Dortmund.

No campeonato, o Paris Saint-Germain assumiu o comando à quarta jornada, isolou-se à quinta, ainda voltou a ser alcançado à sétima, pelo ‘inusitado’ Angers, mas à oitava já estava de novo sozinho, começando, então, a aumentar progressivamente o avanço.

A formação de Tuchel já chegou ao final da primeira volta com 10 pontos de avanço, sobre o conjunto de André Villas-Boas, e, depois, seguiu em ‘velocidade de cruzeiro’, rumo a um título que acabou por ser arrebatado na secretaria – apesar do avanço, a matemática indicava que ainda faltavam 19 pontos.

O poder ofensivo explica a supremacia dos parisienses, que, com menos um jogo, somaram 75 golos, contra 44 do Mónaco, nono, colocado, que tinha o segundo melhor ataque. Em termos defensivos, os 24 sofridos foram batidos pelos 21 do Reims.

A qualidade de jogadores como Kylian Mbappé, melhor marcador da prova, com os mesmos 18 golos de Ben Yedder (Mónaco), do brasileiro Neymar, autor de 13 tentos, ou do argentino Ángel Di Maria, ‘rei’ das assistências, com 14, fizeram a diferença.

Tuchel contou ainda com a ajuda do reforço argentino Icardi, que juntou 12 golos e relegou para segundo plano o uruguaio Edinson Cavani, autor de apenas quatro.

Tudo um luxo, para o treinador germânico que ainda teve em excelente plano os médios Verratti, Gueye, Leandro Paredes e Sarabia e os defesas Meunier, Thiago Silva, Marquinhos e Bernat, tal como o guarda-redes Keylor Navas.

Face à imensa qualidade do plantel, formado pelos milhões de Nasser Al-Khelaïfi, o que se espera é que o PSG continue a mandar e possa, já em 2020/21, igualar os 10 títulos do histórico Saint-Étienne, que chegou à dezena há quase 40 anos (1980/81).