Declarações de Artur Jorge, treinador do SC Braga, após a derrota caseira com o Qarabag, para a Liga Europa.

Jogadores já fizeram a autocrítica: "É uma derrota muito difícil de explicar. Temos sentido alguma intranquilidade, perdemos hoje mas a eliminatória está a meio. Temos, de forma profunda, refletir para podermo-nos juntar, não quebrar. Iremos ter esta abordagem no imediato, porque depois deste jogo, em que perdemos e ficámos em desvantagem, sabemos que estamos a competir daqui a dois ou três dias. Tem de ser este o espírito, não estar a explicar. É difícil fazer mais do que fizemos."

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Golo de Moutinho dá esperanças? "Encurta a distância. Não era o resultado que queríamos, mas encurta. Ganhar por 3-0 será suficiente, por exemplo. Mas perdemos por responsabilidade nossa."

Adeptos revoltados mostraram lenços brancos: "A revolta é para com o treinador, que tem sempre de dar a cara nestes momentos. Percebo claramente a desilusão, a tristeza. Só posso prometer que temos de trabalhar mais e fazer mais, para, em vez de revolta, termos os adeptos connosco."

Duas desilusões após euforia com a Taça da Liga: "A questão do tempo é muto isto. O que foi clima de festa há 15 dias, hoje é de insatisfação e contestação. Espero que daqui a algum tempo seja um bom clima para nós, para podermos estar aqui com os adeptos em sintonia, em comunhão e a ganhar. Mas fico com a mesma mágoa que todos eles, não mereciam. O que sentimos dos adeptos até termos sofrido o terceiro golo foi uma lição para nós, pela forma como nos empurraram e puxaram por nós. Não estivemos à altura daquilo que os adeptos nos deram."

Sente-se com motivação para continuar? "A motivação é enorme no trabalho e sei que os jogadores estão alinhados nessa mesma motivação. Temos muita confiança no que fazemos, confiança no nosso empenho. Esta é uma altura de maior intranquilidade e também de maior dificuldade de um ou outro jogador em lidar com esta exigência. Isso tem-nos levado a estar uns furos abaixo em termos exibicionais e temos sido traídos nos resultados. A nossa abordagem será coletiva, será sempre a isso que olharei, não à parte individual. É no aspeto coletivo que temos ficado aquém dos resultados que pretendíamos."

Esta foi a pior exibição desde que é treinador do Braga? Foi claramente o jogo que mais me custou, pelo resultado e contestação. Também tenho sentimento e percebo isso. O meu papel é de aceitar e perceber as críticas e a contestação. Acho que foram justas, tivemos uma demonstração dos adeptos até ao terceiro golo de estarem sempre com a equipa. Foi uma manifestação de apoio, puxaram quando a equipa precisou. Nós é que não estivemos à altura dos adeptos. Isso tem de ser assumido de forma humilde por mim. Custou-me por ser em minha casa e perceber que não correspondemos."

João Moutinho

Nove golos sofridos em quatro dias: "São duas derrotas que não queríamos. Hoje não merecíamos a vitória, nem sequer o empate. Todos nós, a começar por mim, temos de atuar mais, dentro e fora de campo. Há equipas que estão a querer muito mais do que nós e não pode ser. Senão não conseguimos lá chegar."

Golo de penálti aos 90 dá esperanças? "Sabíamos que aquele 1-4 tornaria as coisas mais difíceis. O meu golo pode dar uma réstia de esperança, mas mesmo assim é preciso ter outra atitude. No campeonato é igual. O Qarabag tem boa equipa e mostrou muito querer para chegar à próxima fase."

O Sporting de Braga comprometeu hoje as aspirações de apuramento para os oitavos de final da Liga Europa de futebol, ao perder 4-2 em casa com os azeris do Qarabag, na primeira mão do play-off de acesso.

Sempre em desvantagem no encontro, a equipa 'arsenalista' ainda chegou igualada ao intervalo, depois de Simon Banza ter igualado a um, aos 44 minutos, respondendo a um golo de Jankovic, aos 21, de grande penalidade, mas, na segunda parte, no espaço de 15 minutos, a formação azeri ameaçou a goleada, com tentos de Zoubir (54 e 69) e de Juninho (65), atenuada com o golo de João Moutinho (90+1), na conversão de uma grande penalidade.

A segunda mão da eliminatória disputa-se dentro de uma semana, no Azerbaijão.