O Benfica vai receber o Marselha, na primeira mão dos quartos de final da Liga Europa (20 horas), em partida agendada para as 20 horas desta quinta-feira, no Estádio da Luz.

Este será um de dois duelos decisivos para avançar na competição, sendo que as águias viram as hipóteses de revalidar o título de campeão nacional diminuídas após a derrota com o Sporting, o que aumenta o foco nesta competição para evitar acabar a época sem títulos.

Já os franceses estão a ser prejudicados pelo péssimo arranque de temporada que protagonizaram e também apostam todas as fichas na conquista da segunda prova mais importante da UEFA.

No que toca a lesões, Roger Schmidt só não pode contar com Juan Bernat (lesionado), enquanto Jean-Louis Gasset tem uma lista de preocupações maior: Murillo, Nadir, Onana, Rongier e Pedro Ruiz são baixas certas, sendo que Simon e Clauss ainda estão em dúvida mas podem recuperar para o jogo de amanhã.

Momento de forma: o reino da incerteza

Neste capítulo as duas equipas não têm mantido registos dignos de quem que está nesta fase da Liga Europa. O Benfica vem de dois resultados negativos nos últimos jogos com o Sporting (empate e derrota), além de só ter vencido cinco dos últimos dez jogos. Além disso, a equipa está numa das fases de menor confiança da temporada, uma vez que pratica um futebol errático e não apresenta a consistência coletiva que faça jus à elevada qualidade das individualidades.

Outrora uma equipa goleadora e que se conseguia impor aos adversários sem grande dificuldade, as águias mergulharam numa fase na qual cometem muitos erros e em que estão dependentes de momentos de magia de jogadores como Di María ou Rafa.

Além disso, as constantes alterações promovidas por Roger Schmidt ao onze inicial, seja por opção ou por indisponibilidade do jogador (lesão ou castigo), também prejudicam o entrosamento e o ritmo competitivo dos jogadores.

Já o Marselha voltou aos maus resultados, após o efeito da "chicotada psicológica" da entrada de Gasset se desvanecer, e levam quatro derrotas consecutivas (Villarreal, Rennes, PSG e Lille). Ainda assim, o emblema francês também tem cinco vitórias nos últimos dez jogos, mas conta os outros embates por derrotas.

Embora a equipa tenha crescido coma  entrada do novo treinador, nunca se conseguiu impor como uma verdadeira máquina coletiva e depende muito da genialidade de Aubameyang. O gabonês é sempre o elemento mais perigoso e assume as despesas ofensivas da equipa. Além disso a profundidade que confere aos gauleses ajuda a esticar a equipa no campo e a ganhar espaço para a construção do ataque.

Histórico de confrontos: curto, mas positivo

O histórico de partidas oficiais entre Benfica e Marselha não é muito extenso, embora penda ligeiramente para as águias. Registam-se quatro embates no total, dois em 1990 e os restantes 20 anos depois, em 2010.

No primeiro encontro os franceses venceram em casa (2-1), nas meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, mas perderam na segunda mão (1-0), valendo o apuramento português para a final pela regra dos golos fora que havia de ser vencida pelo AC Milan.

Na segunda ronda de confrontos, as águias deixaram-se empatar na Luz (1-1), na primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa, mas foram ao Velodróme triunfar (2-1) na segunda mão, operando a reviravolta graças aos golos de Maxi Pereira e Alan Kardec.

Já no que toca a golos, o Benfica sai novamente a vencer, uma vez que marcou 5 golos e o Marselha só faturou 4 vezes.

O que dizem os treinadores

Roger Schmidt (Benfica): "Liga Europa é uma grande competição. Nós também queríamos participar na Liga dos Campeões, mas também reconhecemos a importância desta Liga Europa, sobretudo quando vemos as equipas que marcam presença na competição".

Jean-Louis Gasset (Marselha): "O Benfica trabalha muito bem há muitos anos. Vamos ter um jogo com um clube histórico, que já venceu a Liga dos Campeões. O Benfica é uma mescla de jogadores muito experientes, como Otamendi e Di Maria, mas também de jogadores jovens que estão prestes a explodir e mostrar-se na Europa"

Arbitragem e percurso

O Benfica-Marselha está agendado para as 20 horas desta quinta-feira, no Estádio da Luz, e será arbitrado pelo inglês Michael Oliver, assistido pelos compatriotas Daniel Cook e Stuart Burt. O VAR estará a cargo de Chris Kavanagh, auxiliado por Jarred Gavan Gillett, enquanto Andrew Madley será o quarto árbitro.

Para chegar a esta fase, o Benfica ficou no terceiro lugar do Grupo D da Liga dos Campeões, onde também estavam Inter Milão, Real Sociedad e Salzburgo, tendo depois eliminado Toulouse e Rangers até chegar a esta eliminatória.