O Sporting mostrou que a boa fase veio para ficar e exibiu-se em grande nível na visita ao terreno do Young Boys. Gyokeres foi um dos elementos mais perigosos dos leões e ajudou a equipa a dar um passo de gigante em direção aos oitavos de final da Liga Europa.

Maturidade demonstrada pelos "miúdos" de Rubem Amorim deixa boas indicações para o duelo da segunda mão, no próximo dia 22 de fevereiro.

O jogo explicado

Apesar da equipa leonina ter somado 12 vitórias nos últimos 13 jogos, o treinador dos leões decidiu rodar algumas peças no onze inicial. O capitão Coates foi poupado, promovendo a titularidade de Matheus Reis, Ricardo Esgaio rendeu Geny Catamo na direita, Daniel Bragança permitiu dar descanso a Morita e a entrada de Marcus Edwards retirou Francisco Trincão da equipa inicial. As trocas tiveram como foco introduzir jogadores frescos, que pudessem reagir melhor ao relvado sintético do emblema de Berna, que tornou o jogo mais propício a duelos.

Como habitualmente, Amorim escalou a equipa num 3-4-3, com os extremos a jogarem muito por dentro, mas  desta vez a preocupação não foi tanto dominar a posse de bola, mas sim ganhar espaço nas costas da defesa adversária para Gyokeres atacar a profundidade, missão que o sueco concretizou com sucesso desgastando muito os suíços.

Os primeiros sinais de perigo surgiram mesmo do Sporting, que apenas estava a falhar na finalização durantes os momentos iniciais, não aproveitando as várias ocasiões de perigo criadas. Tudo mudou aos 31 minutos, quando Amenda marcou na própria baliza e tranquilizou a equipa verde e branca.

Em vantagem, os leões ficaram mais soltos e conseguiram explanar melhor o seu futebol, ampliando a vantagem pouco depois após uma arrancada fulminante de Marcus Edwards acabar com uma grande penalidade a favor. Na conversão, Gyokeres mostrou que se dá bem com temperaturas baixas e marcou com frieza. O Young Boys reduziu no minuto seguinte, reacendendo a chama do jogo antes do intervalo.

A segunda parte tinha tudo para ser escaldante, mas Gonçalo Inácio arrefeceu os ânimos: o central cabeceou na perfeição uma bola muito bem metida por Pedro Gonçalves e a partir daí os suíços perceberam que não iam conseguir voltar a disputar o jogo.

O resto dos segundos 45 minutos foram uma mera formalidade, com o Sporting a gerir tranquilamente o jogo, embora o líder do campeonato da Suíça tenha conseguido assustar (raramente) a baliza de Adán. Os leões dão aqui um grande passo para chegar aos oitavos de final da Liga Europa, num encontro onde Gyokeres foi a chave para desbloquear o caminho da vitória.

O momento: Cabeça para decidir o encontro

O golo de Gonçalo Inácio, mesmo no arranque da segunda parte, foi decisivo para acalmar o que estava ser uma boa reação do Young Boys. Pedro Gonçalves mostrou a sua qualidade nas bolas paradas e bateu um livre lateral para o sítio certo, onde o defesa central apareceu para fazer o 3-1. A partir deste momento, a equipa suíça sentiu muito o aumentar da desvantagem e nunca mais teve espírito para ir correr atrás do resultado, caindo na apatia intencionalmente criada pelos leões no jogo.

O melhor: Quem mais?

Começam a faltar adjetivos para descrever i impacto que Viktor Gyokeres teve desde a chegada ao Sporting, no início desta temporada. Contra os suíços, o sueco correu muitos quilómetros na primeira parte e teve um papel fundamental a desgastar a defesa adversária e a criar ocasiões de perigo, praticamente sozinho. Ainda fez o gosto ao pé, numa grande penalidade exemplarmente marcada e saiu aos 74 minutos com o sentimento de dever cumprido.

O pior: Não estava preparado para a exigência.

Embora a desinspiração tenha sido coletiva, Amenda foi um dos jogadores que mais se destacou pela negativa. Além de ter tido a infelicidade de marcar o auto-golo que abriu caminho ao triunfo leonino, nunca teve pernas para acompanhar Gyokeres. Quando se apercebeu que não ia conseguir travar o sueco, passou a recorrer constantemente à falta, mas a missão era muito ingrata.

O que dizem os treinadores

Ruben Amorim, do Sporting: "Estamos mais perto dos oitavos. Temos vantagem de dois golos, mas longe de a eliminatória estar fechada"

Raphael Wicky, do Young Boys: "Para o jogo da segunda mão não vai faltar motivação, acreditamos que podemos ganhar em Lisboa"