Depois da derrota com o Estoril, o FC Porto volta a centrar atenções na Liga dos Campeões, recebendo o Antuérpia esta terça-feira no Dragão, duas semanas após o triunfo na Bélgica. Na antevisão à partida, Sérgio Conceição debruçou-se sobre a falta de eficácia da equipa portista e garantiu que não está no clube pelo dinheiro.

Jogo com o Antuérpia: "É um jogo de Liga dos Campeões, acho que somos um dos três clubes com mais presenças nesta competição, a maior de clubes do mundo. Para nós, a importância que damos aos jogos é sempre a mesma. Em relação ao jogo em Antuérpia, foi passado. Serve de referência, assim como os três jogos que o Antuérpia fez depois do nosso. Amanhã vai ser um jogo diferente daquele que tivemos lá, vão acontecer momentos semelhantes aos que passámos na Bélgica, e cabe-nos levar o jogo para onde queremos e ganhar."

Contas do grupo: ""É um jogo de Liga dos Campeões, somos um dos três clubes com mais presenças nesta competição, a maior de clubes do mundo. Olho com agrado. Para nós, a importância que damos aos jogos é sempre a mesma. Em relação ao jogo em Antuérpia, foi passado. Serve de referência, assim como os três jogos que o Antuérpia fez depois do nosso, contra Club Brugge, Genk e contra o Lierse para a Taça. Analisámos o adversário. Amanhã vai ser um jogo diferente daquele que tivemos lá, vão acontecer momentos do jogo semelhantes aos que passámos na Bélgica, e cabe-nos levar o jogo para onde queremos e ganhar".

Falta de eficácia: "Em relação à eficácia, o futebol é simples, é fazer golos na baliza adversária e não sofrer. Tive um episódio na Académica, enquanto treinador, em que estava difícil. Penso que o Vítor Bruno já tocou nisso numa palestra que demos aos treinadores da formação. Achava que a dinâmica que eles tinham no treino era fantástica, nos exercícios com bola havia uma grande disponibilidade, mobilidade, e nos jogos isso não acontecia. Os jogadores tremiam um bocadinho, escondiam-se do jogo... Achei que nos treinos estava a fazer algo errado, então fiz o contrário. Durante dois dias levámos as bolas para o campo mas os jogadores não tocavam na bola. Ganhámos 3-1 ou 4-1 nesse fim de semana. Quando queremos colocar velocidade no treino, metemos baliza, finalização. 70% dos exercícios que fazemos têm baliza, finalização. Se calhar vou fazer o contrário, vou tirar [a bola]. Sobre o Antuérpia, na 1.ª parte tivemos duas ou três ocasiões claras e não marcámos, na 2.ª fizemos vários e podíamos ter feito mais. O Sp. Braga fez 0 golos na 1.ª parte, na 2.ª com o Portimonense fez 6, praticamente com os mesmos jogadores. É preciso trabalhar e perceber que estamos a finalizar pouco para o que criamos, e esse [criar] é o primeiro passo para o golo aparecer. As vitórias mais tranquilas também vão aparecer."
Declarações no final da derrota com o Estoril: "Sou exigente comigo primeiro e depois com os outros departamentos. Falei dos lesionados porque foi aquilo que naquele momento me veio à cabeça, em relação à nossa situação. Mas não era diretamente em relação ao doutor Nélson Puga. É quem gere o departamento clínico. Há o Carlos [Pintado] que dirige o departamento de análise e observação e sou exigente com ele todos os dias também, há o Rui [Cerqueira] na comunicação com quem sou exigente todos os dias. Essa exigência existe aqui todos os dias. Tornei-a pública e isso é como falar dos jogadores. Eu sei que há coisas que têm de ser ditas no balneário, mas às vezes por estratégia e liderança, acho que o devo fazer publicamente. Mas isso sou eu e assumo essa responsabilidade. Agora, não me venham cá é com redes sociais, a dizer que o departamento médico é que os mete a treinar e a jogar. Ando aqui há muitos anos e não preciso disso. A maior prova é que tive a possibilidade de sair e não saí num ano crítico. A cláusula era paga ao FC Porto, mas não saí, porque tenho um grande respeito ao presidente e pela instituição. Não é pelo dinheiro que estou aqui."
Boa campanha na Champions: "Ainda não descobri onde está esse chip, que chip é esse. Vocês perguntam sempre sobre esse chip. Não estou a falar dos tempos das vacas gordas, mas estou aqui há sete anos. Trabalhamos de tal forma, com essa tal exigência, rigor e disciplina... E não estou a falar de mim, agora dou toda a moral a todos os departamentos. Trabalhamos para ganhar títulos. Este é o meu sétimo ano aqui e trabalha-se sempre da mesma forma. Houve um jogo em que devíamos ter sido mais competentes, houve erros que cometemos, mas os jogos em que ganhámos na Liga dos Campeões houve coisas a retificar. Faz parte da vida dos treinadores e dos jogadores. Não há chip para mudar, esse chip está metido a partir do momento em que assinamos contrato com este clube, temos que dar ao pedal. Seja contra o Vitória de Guimarães, Antuérpia ou Vilar de Perdizes".