"No futebol tudo pode acontecer", disse o treinador do Manchester City, Pep Guardiola, na antevisão ao jogo desta terça-feira da Liga dos Campeões, onde os 'citizens' precisam de operar uma reviravolta histórica para superar a derrota por 3-0 frente ao Liverpool na primeira-mão dos quartos de final da competição.

Para alcançar pela segunda vez na sua história as meias-finais da 'Champions', o City precisa de um milagre e esta temporada já mostrou que pode vencer e por muitos golos a equipa de Jürgen Klopp. Em jogo para a Premier League, a 9 de setembro do ano passado, a equipa de Guardiola venceu no Ethiad Stadium o Liverpool por 5-0, com dois golos de Gabriel Jesus, dois de Sané e um de Aguero.

"Precisamos de fazer um jogo perfeito, criar oportunidades de golo e conceder poucas. Temos 90 minutos e, eventualmente, o prolongamento e tudo pode acontecer. Já mostramos este ano, mesmo no último jogo, que podemos criar muitas situações de golo em poucos minutos. Não precisamos de falar em motivação", disse o técnico espanhol na antevisão desta partida, que não guarda as melhores recordações de jogos arbitrados pelo compatriota Antonio Mateu Lahoz.

Nos últimos dois jogos apitados por Lahoz no Ethiad Stadium, o espanhol assinalou três grandes penalidades a favor dos adversários dos 'citizens'. O Mónaco, de Leonardo Jardim, beneficiou de um castigo máximo na época passada na derrota por 5-3, mas Caballero negou o golo a Falcao. Já esta época, o Nápoles teve direito a dois penáltis, falhando um e marcando outro. Ederson defendeu o remate de Mertens, mas já não conseguiu fazer o mesmo perante Diawara na vitória do City por 2-1.

Jürgen Klopp não se deixa enganar pela vantagem de três golos

Do lado do Liverpool, Mohamed Salah é a grande dúvida. O melhor marcador dos 'reds' esta temporada (38 golos) lesionou-se no encontro da primeira-mão dos quartos de final e falhou o jogo do fim de semana frente ao Everton. Klopp não desfez as dúvidas sobre a presença ou não do egípcio.

"É mais para o sim do que para o não mas sem certezas. Só o treino o dirá. Vamos esperar até ao último momento", disse Klopp na antevisão à partida desta terça-feira, onde não poderá contar com Joe Gómez, Matip, Emre Can e Lallana, todos lesionados, e o capitão Henderson, que falha o jogo por castigo.

Apesar da vantagem de três golos trazida da primeira-mão , Klopp mostrou-se cauteloso para o encontro desta noite.

"Não me interessa isso dos favoritismos. Simplesmente estamos na frente e ainda há muito trabalho a fazer. Já aqui perdemos 5-0 no início da época. Guardiola é o melhor treinador do mundo, eles têm sido consistentes e por isso vão ser campeões, mas sabemos que podem vir a sofrer golos", começou por dizer o técnico alemão.

"Eles podiam ter feito seis golos ao United. Se na 1ª mão tem corrido como todos esperavam, já estávamos eliminados. Eles são tremendos, mas o Liverpool está num bom momento. As noites europeias são especiais para este clube", acrescentou.

A história recente mostra que não é impossível o Manchester City recuperar desta desvantagem de três golos. No ano passado, o Barcelona venceu o Paris Saint--Germain por 6-1, depois de ter pedido para os parisienses por 4-0.

Reste saber se a equipa de Pep Guardiola tem capacidade para tornar esta missão quase impossível num 'passeio'até às meias-finais da Liga dos Campeões.