O FC Porto enfrenta um trio de internacionais lusos do Manchester City, o ‘cabeça de cartaz’ do Grupo C, e dois treinadores portugueses, comandantes de Oympiacos e Marselha, na fase de grupos da Liga dos Campeões em futebol.

Os ex-benfiquistas João Cancelo, Rúben Dias e Bernardo Silva atuam nos ‘citizens’, liderados pelo catalão Pep Guardiola, enquanto Pedro Martins lidera os gregos, que contam no plantel com o ex-portista José Sá, Rúben Semedo, Pêpê e Cafú, e o seu ex-treinador André Villas-Boas lidera os franceses.

Em termos teóricos, o City, que era um dos ‘tubarões’ do Pote 2, é o grande favorito a vencer o agrupamento, com o FC Porto, na 24.ª participação na fase de grupos, a apresentar-se como o principal candidato ao outro lugar de apuramento.

Do Pote 3, os ‘dragões’ poderiam ter apanhado adversários muito complicados, como Leipzig, Atalanta, Inter ou Lazio, mas foram felizes, apesar de o seu histórico incluir três derrotas em outras tantas deslocações ao reduto do Olympiacos.

Já do Pote 4, o FC Porto apanhou um dos mais fortes, se bem que o vice-campeão francês Marselha - que encontrou na fase de grupos de 2003/04, conseguindo dois triunfos na rota para o título - não seja, presentemente, uma potência europeia.

O Manchester City é, claramente, o adversário mais complicado, apesar de o conjunto de Guardiola estar longe daquela equipa temível de alguns anos, bastando recordar o último jogo, o 2-5 caseiro com o Leicester.

Após isso, os ingleses já reforçaram o setor defensivo, com a ‘milionária’ contratação ao Benfica do central Rúben Dias, sendo que ainda poderão fazer mais aquisições até ao fecho do mercado de Inglaterra, na segunda-feira.

O médio belga Kevin De Bruyne é a grande figura da equipa, secundado pelo guarda-redes brasileiro Ederson, outro ex-Benfica, o defesa Kyle Walker e os avançados ‘Kun’ Aguero, ainda lesionado, e Raheem Sterling.

Na única vez que o City encontrou o FC Porto, os ingleses não tiveram quaisquer dificuldades para seguir em frente, nos 16 avos de final da Liga Europa de 2011/12: ganharam 2-1 no Dragão e, em Manchester, golearam por 4-0.

Quanto ao Olympiacos, é o detentor do título grego e o líder do respetivo ‘ranking’, com 45 cetros, sendo, como o FC Porto, o único representante do seu país na prova, já que o PAOK foi afastado no ‘play-off’ pelo Krasnodar, após eliminar o Benfica.

Sem grandes ‘estrelas’, os helénicos têm como referências defensivas o guarda-redes José Sá e o defesa Rúben Semedo, jogador que alegadamente interessa ao Benfica, contrataram ao Flamengo o veterano Rafinha e contam igualmente com a experiência do francês Valbuena ou do marroquino El-Arabi.

No histórico entre os dois conjuntos, em seis jogos na fase de grupos da ‘Champions’, entre 1997/98 e 1999/2000, o FC Porto está em desvantagem, pois perdeu os três jogos fora (0-1, 1-2 e 0-1) e cedeu um empate em casa (2-1, 2-2 e 2-0).

Quanto ao Marselha, a grande curiosidade será o reencontro com André Villas-Boas, técnico que comandou o FC Porto à vitória na Liga Europa de 2010/11, época histórica também pela conquista do campeonato sem qualquer derrota (27 vitórias e três empates).

Confesso portista, Villas-Boas já conseguiu este ano vencer o Paris Saint-Germain, embora claramente diminuído, mas, depois disso, não mais venceu (uma derrota e dois empates), seguindo em nono na ‘Ligue 1’.

O internacional gaulês Dimitri Payet, o ‘tal’ que lesionou Cristiano Ronaldo na final do Europeu de 2016, é a grande ‘estrela’ da equipa campeã europeia de 1992/93, juntamente com o avançado argentino Dario Benedetto.

O FC Porto nunca perdeu com o Marselha nos quatro duelos entre ambos na fase de grupos da ‘Champions’, somando três triunfos (3-2 fora e 1-0 em casa, em 2003/04, e 2-1 em casa, em 2007/08) e um empate (1-1 em 2007/08).

Face à pandemia de covid-19, que atrasou o início da prova, a fase de grupos da ‘Champions’ apenas arranca em 20 de outubro, sendo que tudo se decidirá no espaço de oito semanas: três consecutivas, duas de interregno e mais três de ‘rajada’.

As datas são 20 e 21 de outubro (primeira jornada), 27 e 28 de outubro (segunda), 03 e 04 de novembro (terceira), 24 e 25 de novembro (quarta), 01 e 02 de dezembro (quinta) e 08 e 09 de dezembro (sexta e última).

Em relação ao formato, nenhuma alteração. A fase de grupos é composta por oito grupos de quatro equipas, com as duas primeiras a seguirem para os oitavos de final – os primeiros, com a segunda mão em casa, defrontam os segundos – e a terceira a ser relegada para a Liga Europa. A quarta classificada fica fora.