O Benfica saiu do País Basco vergado a uma derrota por 3-1 diante da Real Sociedad em jogo da quarta jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. A formação espanhola não deu qualquer hipótese às águias, apontando três golos praticamente dentro dos vinte minutos iniciais, dando-se mesmo ao luxo de desperdiçar uma grande penalidade.

Na segunda parte a equipa da Luz até tentou esboçar uma reação, chegando mesmo a marcar por Rafa, contudo, tal não passou da intenção e o resultado não sofreu mais alterações.

Sem qualquer ponto somado após quatro jogos, os encarnados disseram assim adeus à liga milionária, restando-lhe agora lutar pelo terceiro lugar, que lhe dará acesso à Liga Europa.

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O jogo: Eis como não começar um jogo

Roger Schmidt decidiu manter o sistema de três centrais para a Liga dos Campeões, mantendo Florentino no meio e levando João Neves e Aursnes para as alas. E quem viu os primeiros (e só mesmo os primeiros) minutos de jogo, viu um Benfica que parecia disposto mudar a imagem deixada no jogo da Luz diante da Real, aparecendo pressionante e dispondo mesmo do primeiro remate do jogo...contudo, a partir daí foi sempre a descer.

Logo aos seis minutos a Real Sociedad adiantou-se no marcador; lance de insistência e Muñoz a cruzar para Merino que, sozinho cabeceou para o 1-0.

A intensidade da formação basca sufocava por completo as águias, obrigando-as a cometer erros como aquele que acabou por dar o 2-0; Florentino atrasou mal para Otamendi e acabou por isolar Oyarzabal que não teve problemas em bater Trubin.

Ainda se festejava nas bancadas o segundo e já os 'Txurri-urdin' metiam a bola na baliza encarnada; livre batido, nova desatenção da defesa do Benfica e Merino a conseguir bater Trubin, lance que viria a ser invalidado devido a mão na bola do jogador basco.

Os encarnados estavam totalmente perdidos dentro de campo e a Real aproveitou para continuar a carregar, ultrapassando as linhas de pressão das águias com muita facilidade; numa das várias incursões pela esquerda, Barrenetxea trocou as voltas ao desamparado João Neves e fez o melhor golo da noite com um remate cruzado. Vinte minutos, o jogo estava resolvido e cheirava a goleada.

Com a casa já arrombada, Schmidt resolveu por trancas na porta, desfazendo o disparate que foi colocar João Neves na ala, e trazendo o jovem jogador para o centro do terreno graças à entrada de Jurassék para o corredor. Contudo o mal já estava feito e a Real continuou a carregar; até ao intervalo os bascos até chegaram mesmo a desperdiçar uma grande penalidade por intermédio de Brais Méndez; no final da primeira parte o Benfica podia dar-se por satisfeito por estar só a perder por três.

À semelhança da primeira parte, o clube da Luz também entrou bem na segunda; a principal diferença esteve na eficácia; aos 49 minutos um lance de insistência do ataque encarnado deixa a bola em Otamendi que cruzou para o coração da área, onde surgiu Rafa para fazer aquele que foi o primeiro golo do Benfica na Liga dos Campeões esta época.

O golo deu algum alento à equipa portuguesa que procurou tentar tirar partido do momento, contudo, e sem conseguir criar oportunidades de perigo, o Benfica foi gradualmente perdendo as rédeas da partida; a meio da segunda parte a Real voltava a estar por cima no jogo, controlando-o a seu belo prazer, e mantendo-o ao seu gosto até final, demonstrando a superioridade que mostrara na partida do Estádio da Luz.

O momento do jogo: Barrenetxea, o demolidor

Apesar de ter marcado dois golos em cinco minutos, a Real Sociedad não tirou o pé do acelerador e, pouco depois de ter visto um golo anulado pelo VAR, acabou mesmo por fazer o 3-0; 21 minutos e Barrenetxea a receber na esquerda, a tirar João Neves do caminho a desferir um autêntico míssil para o fundo das redes de Trubin. Jogo resolvido em menos de meia-hora.

O melhor: O capitão dá o exemplo

Numa Real Sociedad que funciona como um todo, demonstrando uma intensidade e agressividade constante, e à qual equipas portuguesas não estão habituadas, é difícil destacar apenas um jogador. Contudo, Mikel Oyarzabal foi o exemplo de uma equipa que lutou do princípio ao fim, como se as posições na tabela estivessem invertidas. O capitão da formação basca jogou e fez jogar, aproveitando também para marcar o segundo golo ao aproveitar um erro do Benfica para bater Trubin. Corriam já os minutos finais e o '10' dos 'Txurri-urdin' continuava a correr e a pressionar como se o jogo tivesse acabado de começar.

O pior: A queda de um Angel

Num jogo onde foi muito difícil individualizar o descalabro coletivo do Benfica, Angel Di María surge como um dos principais elementos que ontem à tarde praticamente não subiram ao relvado em San Sebastián. O extremo argentino praticamente não esteve em jogo, nem contribuiu para a tentativa de reação dos encarnados, especialmente após o golo de Rafa. Esperava-se muito mais de um jogador com tanta experiência de Liga dos Campeões mas, tal como a esmagadora maioria dos colegas de equipa, Di María simplesmente desapareceu assim que foi dado o apito inicial da partida.

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