Quase quatro anos depois, o Sporting voltou a ganhar um jogo na Liga dos Campeões. O último triunfo dos 'leões' na prova datava de novembro de 2017, então sobre o Olympiacos. Mas, na noite de terça-feira, em Istambul, o Sporting voltou a sorrir na mais importante competição europeia de clubes, depois de duas derrotas (uma delas bem pesada) nas duas primeiras jornadas da presente edição.

Foi, finalmente, um Sporting de 'nível Champions' aquele que se exibiu na Turquia. Mas, apesar de a exibição ter sido bastante positiva e de o resultado espelhar uma clara superioridade leonina, nem tudo foi tão fácil como se possa parecer. É que, debaixo de uma atmosfera totalmente adversa, perante o ambiente criado pelos adeptos turcos, o conjunto de Rúben Amorim teve, primeiro, de suportar um sufoco inicial por parte dos anfitriões, que encostaram a turma leonina à sua área no quarto de hora inicial.

O Sporting conseguiu resistir a esse ímpeto e, depois, teve o mérito de contar nas suas fileiras com um Sebástian Coates forte como sempre no jogo aéreo no capítulo ofensivo e de tirar partido dos lances de bola parada. A esse nível, o 'laboratório' de Alcochete parece estar a funcionar na perfeição: não é todos os dias (nem por mero acaso) que se veem dois golos marcados na sequência de um canto tirados praticamente a papel químico um do outro, como o foram os dois assinados pelo uruguaio. E o terceiro golo - marcado de penálti por Pablo Sarabia - também nasceu de mais um cabeceamento do capitão no seguimento de um canto.

Pelo meio o Sporting ainda sofreu um golo (curiosamente também de canto, a fazer na altura o 1-1), mas soube não entrar em pânico e, apesar de alguns momentos de maior aflição, soube controlar-se, a si e à vantagem, nos períodos de maior aperto, antes de partir para uma fase final do jogo em que marcou por mais uma vez (por Paulinho, à beira do fim), mas até podia ter marcado por mais ocasiões (com Paulinho a acertar por duas vezes nos ferros).

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Resumo da partida: Sporting teve cabeça para ganhar em Istambul

Paulinho foi o primeiro a ameaçar o golo, logo no lance inicial da partida, mas os primeiros 15 minutos foram de forte pressão do Besiktas, que por várias vezes, com remates perigosos, visou a baliza de Adán. O Sporting reagiu precisamente em cima do quarto-de-hora e pouco depois marcou.

Sarabia deixou o aviso, obrigou o guarda-redes da casa a aplicar-se para defender para canto e, na sequência desse canto, o primeiro golo do jogo: Pedro Gonçalves (em noite de estreia na Liga dos Campeões) cobrou, Gonçalo Inácio desviou ao primeiro poste e Coates apareceu, fulgurante, a cabecear para o fundo das redes.

VÍDEO: Os golos do triunfo do Sporting sobre o Besiktas
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Motivado, o Sporting até podia ter voltado a marcar logo a seguir, por Matheus Reis, mas foi o Besiktas que acabou por restabelecer a igualdade, também na sequência de um canto, com Larin a saltar nas costas de Matheus Reis (num lance polémico) e a cabecear para o 1-1. Só que o Sporting - este tal Sporting de 'nível Champions' - não se deixou abalar como, por exemplo, se deixou abalar quando sofreu o primeiro golo ante o Ajax. Até porque desta vez, ao contrário dessa, tinha o capitão Coates em campo. E o uruguaio iria bisar na partida logo depois, num golo que pareceu a repetição do primeiro.

Novo pontapé de canto batido da direita, desvio ao primeiro poste (desta feita de Paulinho e não de Gonçalo Inácio) e cabeceamento fulgurante para o 2-1. O 3-1 surgiu já perto do intervalo. Coates voltou a ganhar de cabeça na área e o VAR alertou o árbitro para um desvio com a mão de um defesa da casa na sequência do cabeceamento do capitão leonino. Pablo Sarabia não perdoou na transformação do castigo máximo e fez o 3-1 (foi o seu primeiro golo de leão ao peito).

O intervalo não chegaria sem um susto para a equipa portuguesa. Alex Teixeira, com um remate acrobático, voltou a colocar a bola no fundo das redes da baliza de Adán, mas estava fora de jogo. A ter valido, a segunda parte podia ter sido diferente. Mas nao valeu e, no segundo tempo, apesar de o Besiktas até ter também criado alguns lances perigosos, o Sporting foi quem mais situações de golo criou: Paulinho, a precisar de ganhar confiança, acertou por duas vezes nos ferros. Até que marcou mesmo e, com um golaço, fez o 4-1 final já perto do minuto 90, acabando com quaisquer dúvidas que pudessem restar.

O momento: Coates marca (outra vez)

Minuto 27: Parecia uma repetição, mas não foi. Coates fez mesmo o 2-1, logo a seguir ao Besiktas empatar, num lance tirado a papel químico daquele com que o defesa central havia aberto o marcador. O Sporting voltava à liderança no marcador, para não mais a largar...

Veja o 2.º golo de Coates

O melhor: Coates (claro) e muito Palhinha

A diferença que faz ter o capitão em campo. Tal como o Ajax em Alvalade, o Besiktas, a jogar em casa, entrou com tudo e pressionou o Sporting. Mas Coates estava lá, desta vez, para transmitir confiança aos colegas, fazer uma série de cortes providenciais e, depois, claro, ir lá à frente fazer a diferença com a sua reconhecida qualidade no jogo aéreo ofensivo. Com um central assim, quem precisa de pontas-de-lança...

Mas não foi o único 'leão' a exibir-se a um nível elevado. Praticamente toda a equipa esteve bem, mas João Palhinha também merece destaque pela quantidade de desarmes e recuperações de bola que foi efetuando ao longo da partida. E, mesmo quando não conseguia recuperar a bola, estava lá para atrasar o ataque do Besiktas e permitir que a defesa do Sporting se reposicionasse.

O pior: Matheus Reis não convenceu e a ala esquerda começa a ser um problema

Quem terá estado uns furos abaixo dos colegas foi Matheus Reis. Rúben Amorim voltou a dar ao brasileiro a titularidade na ala esquerda, em detrimento de Rúben Vinagre, na tentativa de conferir maior solidez defensiva àquele flanco, mas acabou por ser mesmo por ali que o Besiktas mais atacou e mais problemas causou, com Matheus Reis a perder demasiados lances. E, no ataque, embora tenha subido muitas vezes, como se lhe pedia, também foram vários os lances em que podia ter feito melhor. Depois de Vinagre ter falhado (e muito) frente ao Ajax, Matheus Reis também ainda não convenceu na posição e começam a ser muitas (demasiadas) as saudades que os adeptos leoninos vão sentindo do 'menino' Nuno Mendes.

As reações

- Coates destaca exibição coletiva, Palhinha diz que o Sporting "podia ter feito mais golos"

- Rúben Amorim: "Só a partir do golo do Paulinho é que senti que estava ganho"

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