Portugal empatou a zeros na visita a França, no dia em que Fernando Santos chegou ao seu 75.º jogo à frente da Seleção Nacional, um recorde alcançado no dia em que completou seis anos desde o seu primeiro jogo oficial aos comandos de Portugal... frente à França. Desde esse dia 11 de outubro de 2014, muito mudou. Mas primeiro, o jogo de 2020:

Portugal a todo o gás, resposta francesa no segundo tempo

Fernando Santos mexeu na equipa que tinha defrontado a Espanha na passada quarta-feira e fez sete alterações no onze inicial, com as entradas de Rúben Dias, Nélson Semedo, William Carvalho, Bruno Fernandes, Danilo, Bernardo Silva e João Félix e as saídas de Cancelo, Rúben Semedo, Renato Sanches, Rúben Neves, Moutinho, Trincão e André Silva.

Portugal entrou no jogo a querer mandar e assim o fez durante a quase totalidade do primeiro tempo. Bem organizada, a colocar pressão nos franceses, que desta foram sentiam dificuldades em chegar à grande área de Rui Patrício, a equipa das quinas ia controlando as ações do jogo, colocando a partida no sentido 'meio campo - baliza de Lloris' ainda que não se possa dizer que a equipa de Fernando Santos tenha tido uma oportunidade de enorme perigo.

Ainda assim, era Portugal quem dava sinais de querer chegar ao golo, com a primeira grande oportunidade a sair dos pés de Bruno Fernandes, aos 12 minutos, que isolou Bernardo Silva frente a Lloris, mas o jogador do Manchester City não conseguiu alcançar a bola e o perigo passou.

Ronaldo também esteve perto de atirar o primeiro golo, mas o lançamento foi abortado por Lucas Hernández que bloqueou o remate do capitão da Seleção Nacional aos 24 minutos.

A França contou com a primeira oportunidade já depois da meia hora de jogo, obrigando Rui Patrício à defesa, depois de remate de Griezmann aos 33 minutos. Minutos depois foi Giroud a receber a bola graças a um desvio de Danilo, mas atirar por cima.

Depois do intervalo, e dando continuidade aos alertas que já tinha deixado no final do primeiro tempo, a França respondeu ao domínio português nos primeiros 45 minutos, colocando mais pressão em Portugal e Mbappé deu o primeiro grande aviso aos 47 minutos quando, depois de deixar Danilo para trás, picou a bola sobre Rui Patrício que com a ponta dos dedos desviou o esférico e impediu aquele que seria o primeiro golo da partida.

A defesa portuguesa foi obrigada a mostrar serviço, limpando o perigo e a pressão francesa para longe da baliza defendida pelo guardião do Wolverhampton, e Portugal ia respondendo a espaços ao ímpeto francês, tendo sido até a única equipa a colocar a bola no interior da baliza aos 74 minutos: depois de livre marcado por Raphael, Pepe cabeceou para o interior da baliza, mas estava em posição irregular e o golo acabou anulado.

Nos últimos 15 minutos, o jogo entrou numa fase mais calma, sem grandes oportunidades de parte a parte, excetuando nos últimos instantes, com Ronaldo a colocar Lloris à prova, com um remate defendido pelo guardião francês com uma ajuda do poste.

Fim do jogo, um ponto para cada um e uma liderança partilhada da o Grupo 3 da Liga 1 da Liga das Nações.

O momento: Minuto 47 - Remate de Mbappé, defesa de Rui Patrício

A França entrou com outra cara para a segunda parte e Mbappé esteve perto do primeiro golo ao picar a bola sobre Rui Patrício, depois de deixar a defesa para trás. Com uma grande defesa, o guardião português impediu o golo gaulês e manteve o nulo que perduraria até ao apito final.

O melhor: Fernando Santos

Num dia em que o Selecionador Nacional passa a ser o Selecionador com mais jogos à frente da Seleção Nacional, é necessário dar o destaque a quem o merece, deixando um pouco a partida deste domingo de lado.

Fernando Santos pegou na Seleção Nacional a 11 de outubro de 2014, há precisamente seis anos, precisamente contra a França e precisamente em Saint-Denis, saindo derrotado por 2-1.

Fernando Santos soma 75.º jogo em Saint-Denis e supera Luiz Felipe Scolari
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Desde aí muito mudou, mas o principal foi o que aconteceu naquela noite de 10 de julho de 2016, precisamente em Saint-Denis, precisamente contra a França: apesar de uma infestação de traças, de Ronaldo lesionado na 1.ª parte, de estar a jogar contra o anfitrião que contava com o apoio de quase todos os lugares do Stade de France, Portugal venceu o seu primeiro Europeu, 'matando' os fantasmas de 2004 e lançando a festa dos portugueses em Portugal e no mundo, naquele que foi o dia mais bonito do futebol português.

75 jogos, 46 vitórias, 18 empates e 11 derrotas que se traduzem num título de campeão europeu, numa Liga das Nações conquistada em casa e num terceiro lugar na Taça das Confederações. A seleção que ficava tão perto, passou a chegar mesmo lá e nisso Fernando Santos teve mão. 'Chapeau!'.

O Pior: A ausência de (muito) público

É certo que ao fim de mais de seis meses de pandemia (só?) e com muitos jogos já realizados entretanto, a ausência de público já deveria de ser algo a que estaríamos habituados, fica sempre a sensação de que falta algo.

O Stade de France, que conta habitualmente com boa parte senão a totalidade dos seus mais de 80 mil lugares preenchidos, hoje contou com um milhar de pessoas. Novos tempos obrigam a novas medidas e ainda que saiba a pouco e tenha sido apenas uma pequena amostra da festa habitual, primeiro está a saúde pública. Mais vale um pássaro na mão...

Reações

João Félix: "Foi uma partida complicada para as duas equipas"

Fernando Santos: "É daqueles jogos em que os treinadores queriam mais"

Rúben Dias: "Cada vez estamos mais consistentes

Nélson Semedo: "Fizemos um grande jogo"

*Artigo corrigido ás 07h42