O presidente do Légia Varsóvia explicou, em conferência de imprensa, a confusão que aconteceu depois do desafio desta quinta-feira, frente ao AZ Alkmaar, para a Liga Conferência Europa, que acabou com as detenções do internacional luso Josué e do defesa Radovan Pankov.

A imprensa polaca avançou esta sexta-feira que a polícia neerlandesa terá impedido vários jogadores do Légia de abandonarem o estádio do AZ e seguirem do balneário visitante até à zona dos autocarros. Os ânimos ter-se-ão exaltado e vários jogadores da formação polaca, entre os quais Josué, terão entrado em confronto com a polícia.

Ora Dariusz Mioduski desmentiu que os jogadores do Légia tenham sido responsáveis pelo escalar da situação.

"Os jogadores não atacaram ninguém. A agressão foi do lado neerlandês. Nós estávamos no autocarro e queríamos ir para o hotel, mas disseram-nos que iriam entrar no autocarro se Radovan Pankov não saísse. Havia polícia de assalto ao nosso redor, com bastões e escudos. Radovan aceitou sair e prestar depoimentos. Depois, Josué também acabou por sair. Na minha opinião, os neerlandeses sabem que exageraram e é por isso que escrevem [na imprensa] sobre a nossa agressão, mas não houve nenhum ataque. Pode ter havido discussões, emoções, mas foi só isso. Eu não acredito no que diz a imprensa neerlandesa", começou por apontar.

O dirigente deixou críticas à atuação da polícia neerlandesa. "A atitude das autoridades locais relativamente aos polacos foi desastrosa. Ontem não tivemos oportunidade de cuidar dos nossos dois jogadores [Josué e Pankov]. Ninguém nos disse para onde foram levados e não pude ir com eles para a Polónia hoje. Nenhum de nós viu alguém do nosso lado a bater nos seguranças. Não conheço outro caso em que funcionários de uma equipa tenham sido atacados por seguranças. É inimaginável", referiu, antes de relatar as agressões que sofreu.

"O comportamento do senhor [polícia] foi tão agressivo que até nos questionámos se estava sob o efeito de certas drogas. Fui atingido várias vezes. Depois, quando tentei chegar ao Josué e ao Pankov, fui brutalmente empurrado por polícias que usavam balaclavas. O presidente da Câmara não queria adeptos do Légia na sua cidade. Os adeptos foram obrigados a levantar os bilhetes em Haia. A equipa está chocada. Todos estão preocupados com os companheiros. Acho que esta situação nos vai unir ainda mais", rematou.

Josué, quatro vezes internacional pela seleção principal de Portugal, que deu nas vistas com as camisolas de Paços de Ferreira e FC Porto antes de rumar ao estrangeiro (e que até já chegou a jogar nos Países Baixos), acabou algemado e transportado para uma esquadra, onde passou a noite, tendo já sido libertado.