O vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, e o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, assinaram hoje um acordo com o objetivo de promover valores e objetivos comunitários no futebol continental.

“O futebol faz parte de quem somos, e é isso que tínhamos em mente quando discutimos [com a UEFA] maneiras de priorizar a solidariedade, a coesão social e os valores acima do lucro, elitismo e poder”, afirmou Schinas, após a assinatura deste terceiro acordo entre as duas entidades.

Segundo o político comunitário, este compromisso visa garantir que o chamado modelo desportivo europeu “não seja apenas uma noção jurídica ou abstrata que se lê em textos, mas algo que possa ser traduzido em cooperação tangível para promover objetivos de políticas públicas”.

Em nome da UEFA, o presidente Aleksander Ceferin sublinhou que as prioridades do mais alto órgão regulador do futebol continental são a “inclusão social, as alterações climáticas e os direitos das crianças”, e qualificou o acordo assinado com a UE como “ambicioso”.

“Devemos entender que o futebol é mais do que futebol de elite e que é mais do que jogos importantes. Faz parte da nossa cultura, da nossa história e pode ser uma força para o bem”, disse Aleksander Ceferin.

Ceferin deu a Schinas uma bola oficial da UEFA, enquanto, por sua vez, o vice-presidente da Comissão Europeia entregou ao líder da UEFA uma fotografia de uma equipa de futebol de Bruxelas que integra refugiados no seu plantel.

A assinatura deste acordo de cooperação surge no meio do litígio que a UEFA mantém no Tribunal de Justiça da UE (TJUE) contra a Superliga, o projeto que pretende criar uma competição fechada para alguns dos melhores clubes da Europa.

A UEFA opõe-se à ideia desta Superliga, que hoje só é apoiada pelo Real Madrid, FC Barcelona e Juventus, depois dos restantes clubes fundadores (Atlético de Madrid, Manchester City, Manchester United, Liverpool, Arsenal, Chelsea, Tottenham, Inter e Milan) terem abandonado a iniciativa logo após a sua apresentação em abril de 2021.