Pablo Osvaldo trocou o futebol pelo rock. O excêntrico avançado, que passou pelo FC Porto durante seis meses, fundou uma banda, os 'Barrio Viejo' e prepara-se para regressar a Itália, agora em digressão. O italo-argentino tem concerto marcados para várias cidades italianas, alguns deles já esgotados. Do futebol, só tem saudades de algumas pessoas. Na música, Pablo Osvaldo encontrou a felicidade que não tinha dentro das quatro linhas.

"Sou feliz. Vivo de sentimentos e impulsividade, coisas que não fazem parte do futebol atual. Sentia-me apenas um número, tinha de marcar golos senão era insultado. Agora sinto-me livre, mesmo que alguns digam que estou louco", confessou, em entrevista ao jornal 'Leggo'.

Foi depois de ter sido dispensado do Boca Juniors que o antigo avançado internacional italiano sentiu que já não podia viver do futebol moderno.

"Mandaram-me embora por causa de um cigarro, mas sabiam perfeitamente que todos fumavam. Esse foi o clique, mas sabemos que a vida no futebol não é real. O futebol hoje é uma merda, um negócio frio em que manda a ditadura do resultado. Não poder sair depois de uma derrota, tocar viola ou beber uma cerveja era um absurdo para mim. Para não trair o futebol, resolvi deixá-lo", explicou.

Na entrevista, o 'bad boy' italo-argentino lembrou as passagens por "grandes equipas" como Roma, Juventus e Inter de Milão, onde conheceu grandes companheiros como como Tevez, De Rossi, Heinze, Pirlo, Buffon ou Totti, a quem chamou "homens reais". De treinadores, recorda com carinho Zeman, "um segundo pai". O mesmo não se pode dizer de Cesare Prandelli, ex-selecionador italiano. "Riscou-me do Mundial só porque eu disse uma vez que merecia ser convocado e não o Cassano", recorda.

Pablo Osvaldo é o vocalista mas também letrista dos 'Barrio Viejo', uma banda que já lançou o primeiro trabalho discográfico no mercado.

"Gravámos o primeiro álbum, chamado Liberación e a música principal chama-se 'Desorden'. Escrevi todas as letras: falo sobre experiências pessoais, amor e problemas sociais. Rock and roll é contra o poder. E o nosso grupo é muito rock, convido todos a ouvir-nos. Cantamos em espanhol mas, mais cedo ou mais tarde, também vou escrever em italiano", atirou.

Pablo Osvaldo terminou a carreira em 2016, aos 30 anos. Como avançado, jogou na Fiorentina, AS Roma, Juventus, Inter de Milão, FC Porto e Boca Juniors.